Por Sonya Dowsett
MADRI (Reuters) - O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, enfrentará uma moção de confiança no Parlamento na sexta-feira que questionará sua liderança, uma vez que as condenações por corrupção de quase 30 pessoas ligadas ao seu Partido Popular (PP) ameaçam o governo de centro-direita.
Nesta segunda-feira o Parlamento espanhol concordou em realizar o debate e a votação na quinta e sexta-feiras, mas os socialistas, da oposição, que propuseram o voto podem ter dificuldade para angariar apoio suficiente na legislatura fragmentada para afastar Rajoy.
Partidos da oposição estão se aproveitando da fraqueza de Rajoy depois que 29 pessoas ligadas ao PP foram sentenciadas na quinta-feira devido a crimes como falsificação de contas e tráfico de influência, a culminação de um longo julgamento de corrupção.
O PP cerrou as fileiras ao redor de Rajoy, que na sexta-feira disse que pretende finalizar seu mandato de quatro anos e que as condenações por corrupção não atingiram um membro sequer de seu governo. O líder de 63 anos sobreviveu a uma moção de desconfiança em junho passado.
Também nesta segunda-feira o Ciudadanos, partido liberal que lidera as pesquisas de opinião e é o vencedor mais provável no caso de uma eleição antecipada, exortou o premiê justamente a isso -- antecipar uma votação.
O governo Rajoy é fraco e foi maculado pelas condenações por corrupção, disse o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, em uma entrevista ao jornal El Mundo.
"A única saída democrática e digna é dar voz ao povo espanhol para que este escolha um novo governo e Parlamento", disse.
No sábado o Ciudadanos disse que aceitaria trabalhar com os socialistas apoiando um candidato neutro como substituto de Rajoy, cujo governo de minoria foi prejudicado por uma crise desencadeada por um referendo de independência na Catalunha.
Mas não está claro se os socialistas e o Ciudadanos se unirão para derrubar o governo Rajoy.
(Reportagem adicional de Jesus Aguado em Madri; Abhinav Ramnarayan e Helen Reid em Londres)