LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, nomeou um diplomata de carreira como enviado do Reino Unido na União Europeia para substituir o embaixador que pediu demissão do posto com uma sarcástica carta em que expõe a frustração de autoridades com a estratégia da premiê.
Tim (SA:TIMP3) Barrow, diretor político do Ministério do Exterior britânico e ex-embaixador em Moscou, assumirá o posto na semana que vem, informou o gabinete de May após a abrupta demissão de Ivan Rogers.
A escolha de Barrow, um veterano com 30 anos de diplomacia, pode desapontar alguns dos que fizeram campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia, que preferiam um conhecido eurocético no posto, mas pode reassegurar servidores britânicos de carreira que sua experiência ainda é valorizada.
Barrow também atuou como primeiro-secretário na representação britânica em Bruxelas, mas não se sabe se ele tem uma posição forte sobre a saída britânica da UE.
Em comunicado divulgado pelo gabinete de May, Barrow disse estar ansioso para se juntar ao departamento do governo responsável por supervisionar a saída da União Europeia "para garantir que tenhamos o resultado certo para o Reino Unido ao passo que saímos da UE".
O gabinte da premiê classificou Barrow de "um negociador experiente e duro, com ampla experiência em garantir os interesses do Reino Unido em Bruxelas".
May pretende lançar até o fim de março um processo de dois anos de negociações para deixar o bloco, iniciando o que, segundo expectativas, será um dos diálogos internacionais mais complicados que o Reino Unido participa desde a Segunda Guerra Mundial.
Até agora, ela tem falado pouco publicamente sobre a posição britânica nas negociações, argumentando que isso enfraqueceria Londres nas conversas.
Rogers disse em carta para os seus funcionários que os objetivos da primeira-ministra nas negociações eram até agora desconhecidos e afirmou: "Eu espero que vocês continuem a desafiar argumentos sem fundamentos e pensamentos confusos".
Após a saída de Rogers, alguns eurocéticos do Partido Conservador disseram que o substituto deveria ser alguém que fosse mais positivo em relação à saída britânica da UE.