Por Michelle Martin
BERLIM (Reuters) - O presidente da Alemanha, Joachim Gauck, disse nesta segunda-feira que não irá cumprir um segundo mandato de cinco anos, uma decisão que pode desencadear uma batalha sucessória entre os partidos da coalizão governista da chanceler alemã, Angela Merkel.
Embora a presidência seja um cargo essencialmente cerimonial no país, a seleção dos dois últimos chefes de Estado causou problemas para Merkel e cria o risco de dividir seu gabinete antes da próxima eleição federal de 2017.
Inicialmente Merkel se opôs à indicação de Gauck, um pastor luterano de 76 anos que desempenhou um papel importante nos protestos pacíficos na antiga Alemanha Oriental que levaram à queda do Muro de Berlim em 1989.
Mas a chanceler foi obrigada a aceitá-lo quando outras legendas, incluindo seus parceiros de coalizão à época, os Democratas Livres, se uniram em torno de seu nome. Sua escolha anterior para o posto, o político conservador Christian Wulff, foi obrigado a renunciar em 2012 por culpa de um escândalo de favorecimento financeiro.
"Não quero presumir uma energia e vitalidade por mais cinco anos que não posso garantir", disse Gauck.
O presidente não é eleito diretamente pelo povo, mas por um comitê, a Convenção Federal, que consiste de membros do Parlamento alemão e do mesmo número de delegados enviados por legislaturas estaduais.