BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estimou que a votação da denúncia contra Michel Temer pelo crime de corrupção passiva esteja “resolvida” na tarde da quarta-feira, e se mostrou otimista com a perspectiva de quórum na votação.
A oposição ainda não definiu uma estratégia unificada para a sessão que decidirá se a Câmara autoriza o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a denúncia contra Temer. Muitos defendem que seus parlamentares só marquem presença em plenário quando o quórum de votação de 342 deputados for alcançado, na expectativa de que dissidentes de partidos da base do governo deixem de comparecer.
“Amanhã será votado e com a sua votação acho que isso gera uma tranquilidade para a sociedade que esse assunto estará resolvido na parte da tarde amanhã”, disse o presidente da Câmara a jornalistas.
A Câmara tem sessão a partir das 9h da quarta-feira para decidir se autoriza o prosseguimento de denúncia contra Temer oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com base em delações de executivos da J&F, controladora da JBS (SA:JBSS3).
Em outra estimativa menos otimista, um aliado do governo avalia que no final da tarde a votação esteja apenas começando e que seja encerrada à noite. Os deputados serão chamados um a um para preferir seu voto.
AGENDA ECONÔMICA
Maia, que participou de reunião com o presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE), com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e com o secretário da Receita, Jorge Rachid, afirmou que passada a votação da denúncia contra Temer a Câmara deve retomar o debate da pauta econômica --tendo em vista texto de renegociação de dívidas tributárias, o Refis.
Segundo Maia, a reforma da Previdência também deve voltar a ser discutida.
No caso do Refis, disse o presidente da Câmara, a ideia é “aprofundar” as conversas com o relator, deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), na próxima semana.
Maia aproveitou ainda para reafirmar sua defesa que a meta fiscal para o ano, de um déficit de 139 bilhões de reais, seja mantida.
(Por Maria Carolina Marcello)