SÃO PAULO (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff fez neste sábado um apelo para que as manifestações contra o seu governo, marcadas para este domingo, sejam pacíficas, em meio a temores de que haja confronto nas ruas entre grupos pró e contra o governo.
"Acredito que o ato de amanhã deve ser tratado com todo respeito. Não acho que seja cabível e acho que é um desserviço para o Brasil qualquer ação que constitua provocação, violência e atos de vandalismo de qualquer espécie", disse a presidente em breve entrevista em São Paulo, depois de sobrevoar as áreas atingidas pela forte chuva nesta semana.
"Então eu faço um apelo, um apelo pela paz e pela democracia, porque nós vivemos em uma época especial. Eu vivi em um momento em que se você se manifestasse você ia preso, se você discordasse, você ia preso, nós agora não. Nós vivemos em um momento que as pessoas podem se manifestar, podem externar o que pensam. Isso é algo que nós temos que preservar."
O Palácio do Planalto teme um alto grau de violência nas manifestações de domingo e criou um gabinete de crise no Ministério da Justiça para acompanhar os atos, segundo disse uma fonte palaciana à Reuters. As preocupações aumentaram nos últimos dias depois que foi solicitada a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo.
Questionada se preferia que os militantes do PT não fossem às ruas no domingo, Dilma disse: "eu faço um apelo para que não haja violência, eu acho que todas as pessoas têm direito à rua. Agora, a violência, ninguém tem direito de fazer, ninguém, lado nenhum".
(Por Raquel Stenzel)