LIMA (Reuters) - O presidente do Peru, Martín Vizcarra, apresentou nesta segunda-feira um gabinete de ministros que, além de ser formado por políticos, inclui representantes do setor privado e tecnocratas, e com o qual irá buscar construir pontes com a oposição e devolver a confiança ao país.
O deputado de oposição César Villanueva encabeçou como primeiro-ministro a posse dos 18 membros do gabinete, que começou a receber seus primeiros elogios, principalmente de partidos de direita que dominam o Congresso e forçaram a queda o presidente anterior, Pedro Pablo Kuczynski.
Vizcarra, de 55 anos, assumiu a Presidência há pouco mais de uma semana e irá completar até 2021 o mandato de Kuczynski, que renunciou após acusações de corrupção e um escândalo por denúncias de suposta compra de votos no Congresso para impedir sua destituição.
“Esta é a equipe que irá me acompanhar na tarefa de levar desenvolvimento e bem-estar a todos os peruanos, de todas as regiões do país”, disse Vizcarra em sua conta no Twitter após a posse.
A nomeação de Villanueva busca reduzir atritos com os grupos de oposição no Congresso, liderado pelo partido Força Popular, da ex-candidata presidencial Keiko Fujimori, que perdeu a última eleição para Kuczynski por pequena margem e constantemente censurava os ministros.
“Temos que dar respaldo ao gabinete de Villanueva após esta crise política para levar o país adiante”, disse a deputada e porta-voz do Força Popular, Milagros Salazar. “Neste momento não há críticas, esperamos que se coloquem a trabalhar, principalmente na reconstrução do país”.
Villanueva, de 71 anos, iniciou sua carreira política no interior do país e colaborou com Vizcarra anos atrás, quando o atual presidente foi chefe regional de Moquegua, no sul do país andino.
“Nossa relação com o Congresso vai ser a que sempre foi praticada. Vamos dialogar permanentemente e conversar com todos, sem distinção”, disse Villanueva à rádio local RPP.
Como anunciado mais cedo por Villanueva, para a pasta de Economia foi nomeado o economista David Tuesta, um ex-diretor do Banco de Desenvolvimento da América Latina que terá como prioridade a recuperação da economia. Para o Ministério de Energia e Minas, foi nomeado Francisco Ísmodes, que trabalhou em uma importante mineradora local.
(Por Marco Aquino; reportagem adicional de Teresa Céspedes e María Espinoza)