BRASÍLIA (Reuters) - A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, deve trabalhar durante o fim de semana para construir sua decisão sobre as delações de 77 executivos da Odebrecht, podendo inclusive ir ao seu gabinete, na sede da Suprema Corte.
Mas a chance de a ministra anunciar sua decisão sobre as homologações no sábado ou no domingo é muito pequena, na avaliação de uma fonte com conhecimento do assunto.
Com a morte do ministro e relator dos processos da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, em queda de avião na semana passada, ficou nas mãos de Cármen Lúcia a tarefa de decidir tanto sobre as homologações, quanto sobre quem herdará a relatoria.
Na avaliação dessa fonte, a ministra tem os instrumentos necessários para, se considerar oportuno, determinar a homologação. Ela pode, inclusive, homologar apenas parte das colaborações.
Como plantonista do recesso do Judiciário, Cármen Lúcia pode decidir questões urgentes até o dia 31 de janeiro. Além disso, na terça-feira o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou ao STF um pedido de urgência para a homologação das delações, abrindo espaço para a presidente do Supremo autorizar as homologações antes do início dos trabalhos, no dia 1º de fevereiro.
A abertura do ano judiciário, prevista para a próxima quarta-feira, é encarada por essa fonte como um “divisor de águas” para a ministra externar sua decisão.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)