Por Steve Holland
CHARLESTON, Virgínia Ocidental (Reuters) - O provável candidato presidencial republicano, Donald Trump, está experimentando temas que possa usar contra a adversária democrata Hillary Clinton, à medida que tenta persuadir membros descontentes da cúpula de seu partido a apoiar sua campanha.
Em um comício em Virgínia Ocidental na noite de quinta-feira, o empresário bilionário criticou Hillary pela vasta quantidade de dinheiro que ela e seu marido, o ex-presidente Bill Clinton, aceitaram da Fundação Clinton, o que ele chamou de "trapaça". O casal Clinton repudiou as acusações de que a instituição de caridade tem motivação política.
Trump também a ligou a algumas das decisões de seu marido na Casa Branca nos anos 1990, como o acordo comercial do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que incentivou o comércio entre Estados Unidos, México e Canadá. Trump prometeu renegociar os pactos comerciais se for eleito no dia 8 de novembro.
"Temos que vencer a eleição geral. Não podemos aguentar mais Hillary Clinton. O Nafta nos foi dado por um Clinton", afirmou o magnata. "Não podemos aguentar mais os Clinton".
Trump colocou um capacete dado a ele pela associação de mineiros de carvão do Estado e criticou sua provável rival por ter dito recentemente que imporia políticas de energia limpa que reduziram a mineração de carvão.
Ainda assim, Trump terá um tarefa árdua para unir a legenda.
O presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, o principal republicano em um cargo eletivo no país, disse na quinta-feira que não está pronto para apoiar Trump, um sinal da reticência persistente do establishment partidário com as posições do bilionário de Nova York no tocante à imigração e ao comércio.
Mas uma indicação de que alguns republicanos estão endossando Trump é que o governador do Nebraska, Pete Ricketts, cuja família ajudou a financiar um grupo anti-Trump, irá anunciar nesta sexta-feira seu apoio ao favorito das pesquisas.
O ex-governador do Texas, Rick Perry, que no ano passado descreveu Trump como um "câncer no conservadorismo" enquanto ainda disputava com ele a indicação republicana, declarou à rede CNN que agora também o respalda.
"Sabe por que o establishment está com medo de Donald J. Trump?", indagou o reverendo Mark Burns na apresentação de um comício em Charleston. "Eles têm medo porque não conseguem controlá-lo".