(Reuters) - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) anunciou um número maior de concentrações de caminhoneiros em estradas do país nesta terça-feira, mas a corporação afirmou que essas concentrações são menores dos que as registradas em dias anteriores, o que tem permitido uma dispersão mais fácil desses grupos.
Em entrevista coletiva em Brasília, a PRF disse haver 616 concentrações nas estradas brasileiras, quando os veículos se reúnem à beira da rodovia e não bloqueiam a estrada. Afirmou ainda que existem três bloqueios em estradas que, de acordo com o órgão, não são promovidos por caminhoneiros e não têm relação com a paralisação da categoria.
Forças de segurança organizavam escoltas para os caminhões que decidissem deixar as concentrações em busca de dar segurança diante de ameaças e de atos de vandalismo contra motoristas que buscavam retornar ao trabalho.
Na véspera, a PRF informou 556 pontos ativos em rodovias federais, em sua maioria com bloqueios parciais e sem prejuízo à livre circulação de outros veículos não participantes das manifestações.
"Por que é que eles estão concentrados ainda naquelas localidades? Porque eles ainda estão um tanto quanto receosos de começar a circular nas rodovias. Por esse motivo, a questão de a gente criar corredores livres para dar segurança para que volte a rotina do transporte de mercadorias neste país", disse o corregedor-geral da PRF, Célio Constantino.
"Evidentemente a gente está priorizando nessas escoltas as questões emergenciais, para atender as demandas principais da sociedade", disse, acrescentando que nesses grupos existem muito integrantes de outras categorias e até populares com reivindicações distintas das dos caminhoneiros, mas que se aproveitaram do movimento.
Também presente na coletiva, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho, ressaltou que as concentrações registradas nesta terça eram menores do que na véspera.
"As concentrações são bem menores", disse o almirante. "O número (de concentrações) aumentou um pouquinho, mas o número de veículos nessas concentrações diminuiu", acrescentou.
O almirante disse ainda que a grande maioria dos aeroportos do país estava com o abastecimento de combustível normalizado. No aeroporto de Congonhas, na capital paulista, a Polícia Militar de São Paulo realizava escolta de combustível do aeroporto de Guarulhos para Congonhas e também havia dificuldades no aeroporto de Cuiabá.
"Praticamente todos os aeroportos têm fluxo de combustíveis. Os 15 aeroportos que comportam 95 por cento da malha aeroviária brasileira estão com fluxo contínuo de combustíveis", disse o almirante.
No nono dia de paralisação dos caminhoneiros nesta terça, o abastecimento de combustíveis apresentava melhoras em vários Estados, mas em algumas cidades, como São Paulo, ainda havia dificuldades.
Mesmo após o governo ceder a praticamente todas as reivindicações dos caminhoneiros, a paralisação ainda gerava prejuízos em vários setores da economia.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)