Por Raquel Castillo e Julien Toyer
MADRI (Reuters) - O promotor estatal da Espanha solicitou um mandado de prisão europeu para o ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, por ele não ter comparecido a uma audiência em uma corte espanhola nesta quinta-feira.
Outros líderes do movimento de independência, que levou milhares às ruas de Barcelona em manifestações tanto a favor quanto contra o rompimento com Madri, compareceram ante uma corte espanhola e enfrentaram pedidos para quem sejam mantidos sob custódia.
O advogado de Puigdemont na Bélgica, para onde ele viajou com quatro membros de seu gabinete deposto, disse que seu cliente vai se manter longe da Espanha enquanto o clima "não estiver bom", mas ele irá cooperar com os tribunais.
"Se eles pedirem, ele cooperará com as Justiças espanhola e belga", disse Paul Bekaert à Reuters.
Puigdemont e seu gabinete foram demitidos na sexta-feira pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, horas depois de o Parlamento catalão fazer uma declaração unilateral de independência da Espanha, um voto boicotado pela oposição e declarado ilegal pelas cortes espanholas.
Puigdemont ignorou uma ordem para comparecer diante da Alta Corte na quinta-feira para responder a acusações de rebelião, conspiração e uso indevido de fundos públicos relacionados à iniciativa separatista da Catalunha.
O promotor estatal respondeu pedindo que a corte emitisse um mandado de prisão europeu. A expectativa é de que a juíza siga as recomendações do promotor.
"Quando alguém não comparece depois de ser intimado por um juiz para testemunhar, na Espanha ou em qualquer outro país da UE, normalmente se emite um mandado de prisão", disse o presidente da Suprema Corte, Carlos Lesmes, que também comanda o Conselho Geral do Judiciário, a mais alta instância jurídica espanhola.
Um mandado de prisão tornaria virtualmente impossível para Puigdemont concorrer na eleição antecipada convocada pelo governo espanhol para a rica região em 21 de dezembro.
(Reportagem adicional de Robert-Jan Bartunek em Bruxelas)