BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira, após encontro com o ministro da Fazenda e lideranças no Senado, que o objetivo da agenda proposta por ele ao governo é reverter as expectativas de que o Brasil possa perder o grau de investimento dado por agências de classificação de risco.
Renan disse ainda a jornalistas que todos os itens da pauta proposta ao Executivo que encontrassem convergência serão colocados em votação, "sobretudo o que está pronto para votação na ordem do dia", afirmou.
Nesta terça-feira, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating brasileiro para Baa3, último nota dentro do grau de investimento e sinalizou que não pretende tirar o selo de bom pagador do país no curto prazo.
A pauta de votação do Senado está no momento travada pelo projeto de reoneração da folha de pagamento de setores empresariais. O tema deve ser votado na próxima terça-feira, mas deverá começar a ser discutido já nesta quinta-feira, segundo Renan.
Ao deixar o encontro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a agenda de Renan "tem grande afinidade com as expectativas e necessidades do Brasil neste momento" e que vai na direção do que o governo vinha apontando.
"Há convergência de começar com o que já vem sendo discutido há algum tempo. Tem a questão das fortunas no exterior, tem a questão do ICMS, a questão da desoneração, empresas pagarem a previdência social, esses são três pontos que devemos tratar ainda este mês de maneira efetiva", disse Levy.
Sobre a reforma do ICMS, o presidente do Senado disse que "vão votar tudo que for necessário para a convergência das alíquotas".
Levy trouxe aos senadores um documento em que consolida as prioridades do governo na agenda do Senado, entre os quais as reformas do ICMS e do PIS/Cofins, além de marcos regulatórios que facilitem a execução de obras de infraestrutura.
Segundo a assessoria de imprensa da Presidência do Senado, foram inseridos novos itens à agenda "após o debate com o conjunto dos senadores". Entre os 15 novos itens acrescentados estão propostas como "redução de ministérios e estatais, com redução de cargos comissionados e estruturas administrativas obsoletas" e reforma nas agências reguladoras.
(Reportagem de Leonardo Goy; Texto de Eduardo Simões; Edição de Bruno Marfinati e Raquel Stenzel)