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PSDB deve consolidar no 2º turno forte desempenho nas eleições, com atenções voltadas a BH

Publicado 30.10.2016, 09:25
© Reuters. Eleitores fazem fila para votar na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - Eleitores de 57 cidades voltam às urnas neste domingo para o segundo turno das eleições municipais, que deve consolidar o PSDB como principal vencedor do pleito, com todas as atenções voltadas para a disputa em Belo Horizonte, reduto político do presidente do partido, senador Aécio Neves (MG).

O PSDB elegeu 788 prefeitos --14 em grandes cidades, sendo duas capitais-- no primeiro turno da eleição municipal e terá neste domingo 19 candidatos na disputa em segundo turno, oito em capitais. Em 2012, o partido elegeu 695 prefeitos.

O tucano Nelson Marchezan Jr. é o favorito para se eleger prefeito de Porto Alegre neste domingo, e o partido também está bem posicionado para vencer em outras capitais e grandes cidades. No entanto, a disputa envolvendo um tucano que deve atrair maior atenção de analistas e até de caciques do próprio PSDB é o pleito de Belo Horizonte.

Candidato apoiado por Aécio, o tucano João Leite trava uma acirrada disputa com Alexandre Kalil (PHS) e as pesquisas de intenção de voto não tem apontado um claro favorito.

Aécio, que governou Minas Gerais por dois mandatos entre 2003 e 2010, viu seu candidato ao governo do Estado perder ainda no primeiro turno há dois anos e, como candidato a presidente, também foi derrotado pela petista Dilma Rousseff em seu Estado natal.

Uma nova derrota em seu quintal, dessa vez na disputa pela prefeitura da capital, complicaria as pretensões de Aécio de ser novamente o candidato do PSDB à Presidência em 2018, especialmente após a demonstração de força do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que elegeu seu afilhado político João Doria prefeito da capital paulista ainda no primeiro turno.

Além disso, o PSDB paulista teve bom resultado elegendo prefeitos em grandes cidades no início do mês e também tem candidatos bem colocados em outros municípios do Estado com mais de 200 mil eleitores para este domingo.

RIO DE JANEIRO E PMDB

Ao mesmo tempo em que o resultado em Belo Horizonte deve ter impactos no cenário para a eleição de 2018, a disputa em segundo turno no Rio de Janeiro, segundo maior colégio eleitoral do país e maior cidade a ir às urnas neste domingo, aparece como um capítulo à parte, por colocar frente à frente candidatos de dois partidos sem destaque nacional.

O PRB, de Marcelo Crivella, elegeu 103 prefeitos no primeiro turno deste ano, ao passo que o PSOL, de Marcelo Freixo, conseguiu apenas duas prefeituras.

Crivella, senador e sobrinho do fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, e bispo desta denominação religiosa, lidera as pesquisas de intenção de voto. Freixo é deputado estadual e marcou sua vida política pelo combate às milícias que atuam em comunidades da capital fluminense.

Se a presença de candidatos de dois partidos menores no Rio surge como fato inusitado da eleição municipal deste ano, há algo que faça chuva, faça sol, nunca muda em pleitos municipais, e dessa vez não será diferente: o PMDB, partido do presidente Michel Temer, seguirá com o troféu de sigla com mais prefeituras pelo país -- ainda que tenha perdido o comando de sua principal vitrine, justamente o Rio de Janeiro.

A sigla, que até a chegada de Temer ao poder com o impeachment de Dilma se orgulhava de ser a fiadora da governabilidade no Brasil, elegeu 1.029 prefeitos em primeiro turno, cinco em grandes cidades, uma delas a capital de Roraima, Boa Vista. Neste domingo, tem 15 candidatos ainda na disputa, sendo seis em capitais.

Até recentemente presidente do PMDB, partido que elegeu 1.021 prefeitos em 2012, Temer decidiu ficar afastado das campanhas, alegando buscar evitar rusgas em sua ampla base de apoio parlamentar no Congresso. É certo, porém, que a baixa popularidade do presidente também contribuiu para essa decisão.

DESASTRE PETISTA

O segundo turno também servirá para consolidar a debacle sofrida pelo PT, partido que dominou a cena política desde a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, principalmente nas grandes cidades.

O processo de desidratação do PT, impulsionado pelo tsunami de notícias negativas que atingiu a legenda principalmente por causa da operação Lava Jato, começou antes mesmo da eleição, com a sigla lançando 45 por cento menos candidatos a prefeito do que em 2012. Continuou na apuração das urnas no primeiro turno, realizado no dia 2, e deve continuar neste domingo.

O partido, que conquistou apenas uma capital no primeiro turno --Rio Branco (AC)-- está no segundo turno em Recife e em outras seis cidades com mais de 200 mil eleitores, mas que não são capitais.

© Reuters. Eleitores fazem fila para votar na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro

Na capital pernambucana, no entanto, as pesquisas dão como certa a derrota do petista João Paulo para o atual prefeito Geraldo Júlio (PSB).

Nas outras quatro cidades em que o PT está na disputa que têm pesquisas disponíveis, o cenário não melhora muito, com a maioria dos postulantes petistas atrás nas pesquisas.

Assim, o PT, que em 2012 elegeu 638 prefeitos, corre o risco de terminar a disputa deste ano com apenas as 254 prefeituras conquistadas no primeiro turno, posição que colocou o partido na 10ª posição, atrás de legendas como PP, PDT, PR e PTB.

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