(Reuters) - O PSDB negou que esteja exigindo concessões do governo ao texto da reforma da Previdência para votar a favor da proposta e afirmou que já demonstrou seu comprometimento com mudanças estruturais importantes ao ajudar a aprovar outras matérias.
"É falsa a informação de que o partido exige concessões do governo para votar a PEC da Previdência", afirma nota do líder do PSDB na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), nesta quarta-feira.
"Não há fato novo nas sugestões apresentadas para melhorar o texto. Os pontos destacados pela imprensa foram entregues pela bancada ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e ao relator da PEC, deputado Arthur Maia (PPS-BA), ainda no mês de abril", acrescentou o deputado. Tripoli ressaltou que isso ocorreu "antes que o episódio JBS (SA:JBSS3) paralisasse a agenda legislativa e prejudicasse o andamento da reforma".
Nos últimos dias, representantes do governo têm citado frequentemente os pedidos de mudanças apresentados pelo PSDB, que incluem alterações relacionadas aos funcionários públicos que entraram no serviço antes de 2003, e a viabilidade ou não dessas novas concessões para se ter o apoio dos tucanos.
Na nota, o PSDB aponta que as condições para a aprovação da reforma pioraram com as denúncias contra o presidente Michel Temer e deixa claro que não cabe ao partido conseguir o apoio dos aliados do governo para que a proposta seja aprovada.
"É notório que as dificuldades do governo para consolidar apoio à PEC foram agravadas pelas denúncias da Procuradoria-Geral da República, com a progressiva falta de coesão na base", afirma Tripoli na nota.
"Não é papel da bancada do PSDB mobilizar os aliados do governo. São necessários 308 votos para aprovação da PEC. Hoje, os 46 votos do PSDB seriam insuficientes para suprir o déficit de apoio no plenário."
O PSDB diz ainda que "não se guia pela impopularidade dos temas ou pela proximidade do calendário eleitoral", lembrando que o apoio à Proposta de Emenda à Constituição do teto dos gastos e à reforma trabalhista, entre outras matérias, confirma o "compromisso com a agenda de reformas".
(Por Alexandre Caverni)