SÃO PAULO (Reuters) - O PSDB protocolou pedido na Procuradoria-Geral da República para que o órgão investigue denúncia feita em reportagem publicada nesta quinta-feira de que uma medida provisória editada e aprovada durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sido comprada.
O pedido feito pelo líder tucano na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), pede também que sejam investigados o filho do ex-presidente Luís Cláudio Lula da Silva, o ex-ministro Gilberto Carvalho e a presidente Dilma Rousseff, que era ministra-chefe da Casa Civil na época da edição da MP. Todas as medidas provisórias passam pela Casa Civil.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo afirmou nesta quinta que documentos obtidos pela publicação apontam que MP editada por Lula para prorrogar o desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 2009 teria sido comprada por 36 milhões de reais por meio de lobby e corrupção para favorecer montadoras.
Uma das empresas que teriam atuado para viabilizar a MP teria feito repasses ao filho de Lula. Carvalho, por sua vez, teria participado de uma reunião para tratar da MP.
"Não é a edição desta medida provisória, que teve um importante papel para o país, que estamos questionando, mas sim, o fato dos responsáveis pela mesma terem obtido vantagem ilícita para editá-la", disse Sampaio, segundo nota do PSDB.
"A investigação, por parte do Ministério Público Federal, é essencial pois estiveram envolvidos na confecção da citada MP 471 um ex-presidente da República, a atual presidente Dilma Rousseff e o senhor Gilberto Carvalho, que foi ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência no governo de ambos", afirmou.
(Por Eduardo Simões)