SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi enfático nesta terça-feira ao rechaçar a possibilidade de um aumento de Imposto de Renda contar com o apoio dos deputados.
"Se tiver que passsar pela Câmara não passa", disse Maia a jornalistas, ao chegar ao Congresso nesta tarde, quando perguntado sobre uma possível elevação do IR.
Mais cedo, ao participar de evento em São Paulo, Maia já havia dito, em discurso, que "precisamos ter clareza que o Brasil não aguenta pagar mais impostos".
Após participar do mesmo evento, o presidente Michel Temer admitiu que o governo estuda uma elevação do Imposto de Renda, mas disse que ainda não há definição sobre isso.
Notícia publicada no jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira relata que a equipe econômica considera a criação de uma alíquota de IR de 30 ou 35 por cento para quem ganha acima de 20 mil reais, além da tributação de lucros e dividendos, entre outras medidas, com o objetivo de aumentar a receita em 2018.
O governo enfrenta sérias dificuldades para equilibrar as contas públicas e há uma forte expectativa de que terá de alterar a meta fiscal deste ano, para poder ter um déficit primário maior dos que os 139 bilhões de reais previstos.
Em seu discurso, Maia reafirmou o apoio à reforma da Previdência, dizendo que é o coração de todas as reformas. Reconhecendo as dificuldades de aprovar essa reforma, o presidente da Câmara disse que é preciso enfrentar o "discurso fácil" do populismo.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello, em Brasília, e Eduardo Simões, em São Paulo)