Por Julia Symmes Cobb
BOGOTÁ (Reuters) - Um referendo na Colômbia sobre sete medidas de combate à corrupção não atingiu o quórum necessário no domingo, anulando os resultados embora cada uma das sete mudanças, incluindo uma redução nos salários de parlamentares e limitações de mandatos para cargos públicos, tenha alcançado ao menos 99 por cento de apoio.
O combate à corrupção tem ganhado importância no país nos últimos anos à medida que a segurança melhorou e colombianos voltaram sua atenção para escândalos incluindo compras de votos e o recebimento de propina para vencer licitações públicas.
A corrupção custa 17 bilhões de dólares ao país por ano, o equivalente a 5,3 por cento de seu PIB, segundo a Controladoria-Geral da Colômbia.
Para ser aprovada, cada pergunta precisava de um pouco mais de 12,1 milhões de votos. Com quase 100 por cento dos votos apurados, 11,6 milhões de pessoas votaram, menos de um terço dos 36,4 milhões de eleitores válidos.
Cada uma das sete medidas, incluindo proibir a prisão domiciliar para condenações por corrupção, forçar políticos eleitos a publicar suas declarações de imposto de renda e impor um limite de três mandatos para parlamentares, conseguiu mais de 99 por cento de apoio.
Defensores do referendo disseram que a votação mostrou que colombianos estão revoltados com escândalos de corrupção e que querem garantir que políticos sejam responsabilizados.
"Nos faltou cinco centavos, mas isso abalou a classe política tradicional", disse a senadora Angélica Lozano, que apoiou o voto "Sim", a uma rádio local. "Os cidadãos querem uma mudança real e genuína".