SÃO PAULO (Reuters) - O governo anunciou nesta terça-feira a revisão da meta fiscal para este ano e o próximo para um déficit de 159 bilhões de reais, ante 139 bilhões de reais e 129 bilhões de reais, respectivamente, alegando queda nas receitas. [nL2N1L1291]
Veja abaixo comentários de especialistas sobre a decisão do governo:
ZEINA LATIF, ECONOMISTA-CHEFE, XP INVESTIMENTOS
"A mudança para este ano já estava bastante sinalizada. Para a meta do ano que vem, acho que se esperava um número menor do que o deste ano. É um quadro muito difícil. Se tiver que criticar esse quadro todo, critico o aumento do funcionalismo. Não que isso evitaria a mudança da meta, mas tornaria o quadro menos difícil. Ainda não é o caso das agências (de classificação de risco) revisarem a nota do Brasil. Existe a possibilidade de reforma da Previdência e não estamos falando de um governo gastador."
JOSÉ FRANCISCO GONÇALVES, ECONOMISTA-CHEFE, BANCO FATOR:
"O governo está conseguindo vender a revisão da meta não como uma derrota, mas como um sinal de capacidade negocial com o argumento de continuar tentando melhorar as contas públicas. A mudança da meta fiscal tira uma incerteza da frente."
EDUARDO VELHO, ECONOMISTA-CHEFE, INVX GLOBAL PARTNERS
"Qualquer mudança para cima da meta fiscal é ruim, mas o governo está mostrando que não está descuidando do fiscal ao não aumentar gastos. E está conseguindo sinalizar o esforço que está fazendo, e isso é positivo. Foi importante a meta de 2018 não ter sido superior à de 2017, mas é mais importante que ela seja consistente, factível."
(Por Claudia Violante e Luiz Guilherme Gerbelli)