BRASÍLIA (Reuters) - Um dia depois de marcar a votação da reforma da Previdência para fevereiro, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira que isso será possível caso o governo consiga o "convencimento" da sociedade e dos parlamentares.
"Se a gente conseguir esse convencimento, a gente consegue votar sim em fevereiro e dar uma sinalização importante de estabilidade fiscal e possibilidade de investimentos ao longo prazo no Brasil", disse a jornalistas, após reunião com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT).
"Independente de votar ou não votar em fevereiro, tenho convicção que a gente vai votar, esse tema vai continuar na pauta."
Na quinta-feira, Maia anunciou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que promove as mudanças nas regras previdenciárias deve ter sua discussão iniciada em 5 de fevereiro, com votação prevista para a semana do dia 19 do mesmo mês.
Nesta manhã, o presidente da Câmara reconheceu que a proximidade do período eleitoral pode dificultar a aprovação da medida, mas ponderou que até fevereiro o governo terá mais tempo para "esclarecer" os pontos da reforma.
"Pode ser isso (dificuldade de aprovação por conta da eleição), mas eu acho pode ser um prazo importante porque num primeiro momento a comunicação foi muito mal feita", avaliou.
"É uma reforma que apenas acaba com uma distorção do sistema... Acho que é uma reforma que, bem explicada, ela teria muita facilidade de ser aprovada."
Por se tratar de uma PEC, a medida precisa dos votos favoráveis de 308 dos 513 deputados, em dois turnos de votação. O governo admite não contar com o apoio necessário no momento, e se viu obrigado a adiar a votação da medida, anteriormente prevista para a próxima terça-feira.
Maia vinha repetindo que não colocaria a proposta em votação para ser derrotada em plenário e já declarara que o dia em que pautasse a PEC seria a data da "vitória".
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)