BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quinta-feira que a questão da Venezuela só será resolvida quando as Forças Armadas venezuelanas concluírem que a situação do país precisa mudar.
“A partir do momento em que eles (as Forças Armadas) se derem conta disso e oferecerem uma saída para (o presidente Nicolás) Maduro. Acho que este momento está chegando”, defendeu o vice-presidente.
Ao ser questionado do porquê desta impressão, Mourão, que ;e general do Exército na reserva, afirmou que as pressões estão cada vez maiores.
“O país está fechado em si mesmo e, vamos dizer, nós militares, em todos os lugares do mundo, a gente entende que tem um limite até onde pode ir. Eu acho que eles estão chegando no limite”, afirmou.
Mourão disse ainda que “pequenas sanções”, como a de bloqueio de bens de pessoas investigadas, podem ser estudadas pelo Brasil, mas a ação diplomática do país precisa ser mais de pressão.
“Nós temos a visão de que a gente não intervém nas questões internas de outros países. Então nós podemos adotar essas pequenas sanções, mas não vamos cruzar uma linha que a gente sabe como começa mas não sabe como termina”, disse.
Mourão ainda afirmou que existe uma preocupação com a detenção de jornalistas na Venezuela. Nos últimos dias, dois chilenos e dois franceses foram detidos pelo governo de Maduro e liberados horas depois.
“A liberdade de expressão na Venezuela já foi banida há algum tempo”, avaliou.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)