BRASÍLIA (Reuters) - A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira retirar das mãos do juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba, a condução de investigações a partir das delações de executivos da JBS (SA:JBSS3) que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, repassando-as para a Justiça Federal em Brasília.
O colegiado atendeu a um pedido dos advogados de defesa dos petistas. Inicialmente, o ministro Edson Fachin, relator da JBS no Supremo, havia remetido as cópias das menções a Lula e Mantega para a Justiça Federal em Brasília e também para o Paraná.
As citações aos dois foram feitas pelo empresário Joesley Batista e pelo ex-diretor do grupo J&F Ricardo Saud, em depoimentos a procuradores no acordo de delação premiada. Joesley havia dito que um saldo de 150 milhões de dólares de contas de propina no exterior destinavam-se a gastos com Lula e com a ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, Mantega operaria essas contas. Todos negam.
Na sessão da Segunda Turma, a maioria entendeu que os depoimentos só devem ser remetidos para a Justiça Federal de Brasília, uma vez que não há razão de enviá-los para Curitiba, porque não há qualquer relação com a operação Lava Jato. Foram favoráveis à mudança Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Fachin, contrário à mudança, foi voto vencido - o ministro Dias Toffoli não participou da reunião.
(Reportagem de Ricardo Brito)