(Reuters) - O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar em 22 de junho a segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado afastado e presidente suspenso da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira uma fonte com conhecimento do andamento da ação.
Cunha já é réu em uma ação que corre no Supremo pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber ao menos 5 milhões de dólares em propina do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) investigado pela operação Lava Jato.
Caso o plenário aceite a nova denúncia contra Cunha, o parlamentar se tornará réu em duas ações no STF. O processo contra o deputado corre sob sigilo, mas a fonte confirmou que a análise do caso pelo plenário da corte entrou na pauta para o dia 22 de junho.
O ministro do Supremo Teori Zavascki, relator de todos os processos ligados à Lava Jato no tribunal, havia liberado na semana passada essa segunda denúncia contra Cunha para a análise do pleno.
Também na semana passada, a imprensa divulgou que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Cunha. O parlamentar já foi afastado do mandato e da presidência da Câmara em decisão do STF acolhendo os argumentos de Janot, que apontou que o peemedebista estava usando o cargo em benefício próprio.
Além das ações na Justiça, Cunha também é alvo de um processo no Conselho de Ética da Câmara que pede a cassação de seu mandato sob acusação de que ele teria mentido em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado ao negar possuir contas bancárias no exterior.
Cunha nega quaisquer irregularidades.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)