(Reuters) - O presidente Michel Temer afirmou em reunião ministerial na noite de quarta-feira que tem certeza da absolvição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mesmo que seja derrotado na votação da Câmara sobre a denúncia apresentada contra ele pelo crime de corrupção passiva, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Temer convocou 22 ministros para um encontro no qual pediu que conquistem votos entre deputados aliados para barrar a denúncia da Procuradoria-Geral da República, mas o presidente disse estar seguro que não será condenado por corrupção mesmo que o plenário da Câmara aprove o prosseguimento da denúncia e ele seja afastado do cargo durante o julgamento no Supremo, de acordo com a Folha.
Segundo um dos participantes do encontro, quase todos os ministros presentes discursaram a favor de Temer e prometeram trabalhar para que seus partidos apoiem o presidente, acrescentou o jornal.
A reunião ocorreu no mesmo dia em que os advogados do presidente entregaram a defesa escrita de Temer contra a denúncia de corrupção passiva à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, pedindo que a Casa não autorize o STF a julgar a acusação criminal contra o presidente.
Para a denúncia ser examinada pelo STF, é preciso a autorização de pelo menos 342 dos 513 deputados.
Em artigo publicado nesta quinta-feira, Temer afirmou que a defesa entregue por seus advogados demonstra sua "inocência cristalina", e chamou a acusação de heresia jurídica e atentado ao Estado democrático de Direito.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)