BRASÍLIA (Reuters) - O presidente interino Michel Temer afirmou nesta quarta-feira que a proposta de limitar o aumento de gastos públicos não mudará o atual percentual referente às áreas de Saúde e Educação no Orçamento, e reafirmou que seu governo manterá as políticas sociais e não vai interferir na operação Lava Jato.
Na semana passada, o governo anunciou que enviará ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para limitar o crescimento das despesas públicas primárias com base na inflação do ano anterior, incluindo os desembolsos com Saúde e Educação.
Em cerimônia de posse dos novos presidentes da Petrobras (SA:PETR4), do BNDES, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil (SA:BBAS3) no Palácio do Planalto, Temer também reiterou que não existe "qualquer possibilidade" de interferência do governo na Lava Jato, depois que dois ministros perderam seus cargos por vazamentos de conversas com críticas à operação.
"A toda hora eu leio uma ou outra notícia de que o objetivo é derrubar a Lava Jato. Por isso tomo a liberdade, sem nenhum deboche, de dizer pela enésima vez que não haverá a menor possibilidade de qualquer interferência do Executivo nessa matéria", afirmou.
O presidente interino também alertou que a inflação ainda inspira vigilância, e disse que o Brasil se encontra mergulhado em uma das grandes crises da sua história e que é preciso recuperar a confiança do povo brasileiro e o caminho do crescimento e da geração do emprego.
Segundo Temer, problemas provocados por diversos erros ao longo do tempo comprometeram a governabilidade e a qualidade de vida da população, e as medidas tomadas por sua administração não vão resolver "da noite para o dia" os desafios enfrentados pelo país.
"Em menos de 20 dias já pudemos apresentar ao país uma agenda positiva de reconstrução nacional", afirmou o presidente interino, que citou como exemplos a reforma administrativa que reduziu o número de ministérios e a nova meta de resultado fiscal aprovada pelo Congresso.
Temer dedicou algumas palavras de elogio aos novos executivos das empresas estatais, entre eles o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, e a nova presidente do BNDES, Maria Silva Bastos Marques. Também foram empossados Gilberto Occhi no comando da Caixa e Paulo Caffarelli na presidência do Banco do Brasil.
"Desejo a cada um êxito em suas missões e em suas gestões, que deverão atender ao imperativo da transparência e eficiência que a sociedade brasileira, com toda razão, exige de todos nós", afirmou.
O presidente interino também anunciou no evento que o economista Paulo Rabello de Castro será o novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Marcela Ayres)