BRASÍLIA (Reuters) - Em meio a crescentes expectativas sobre uma nova denúncia, o presidente Michel Temer afirmou, em vídeo divulgado pouco antes de embarcar para uma viagem internacional nesta terça-feira, que tem "a força necessária" para resistir àqueles que desejam colocar obstáculos a seu trabalho e "semear a desordem nas instituições".
"Sabemos que tem gente que quer parar o Brasil, e esse desejo não tem limites. Quer colocar obstáculos ao nosso trabalho, semear a desordem nas instituições, mas tenho a força necessária para resistir", disse Temer.
"Não vamos deixar que a agenda negativa venha a abater nosso ânimo", acrescentou o presidente, que viajou para a China, onde fará uma visita de Estado e depois participará de uma cúpula do Brics --bloco formado, além de Brasil e China, por Rússia, Índia e África do Sul.
O Palácio do Planalto considera certo que uma nova denúncia contra o presidente será apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antes de sua saída do cargo, em 17 de setembro. Temer passa uma semana fora do Brasil, voltando da China apenas em 6 de setembro. Há o temor de que a denúncia seja apresentada justamente com o presidente fora do país.
A primeira denúncia, por corrupção passiva, foi apresentada por Janot no final de junho. Mas o Palácio do Planalto conseguiu evitar que a Câmara dos Deputados desse autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) examinasse a acusação.
No vídeo desta terça, Temer reforçou sua expectativa de que a China tenha papel relevante no pacote de concessões anunciado pelo governo na semana passada.
"A China poderá ser uma das grandes investidoras nos nossos projetos de concessões que anunciei na semana passada", disse Temer. "Eles poderão fazer a diferença em investimentos nas áreas de energia, portos, aeroportos, na área do agronegócio e nas finanças."
(Por Lisandra Paraguassu)