Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão em “sintonia” e chegarão a um consenso sobre a data de votação da reforma da Previdência, que terá os votos necessários para ser aprovada quando for pautada, afirmou nesta quarta-feira o líder do governo no Senado e presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR).
Em entrevista após reunião da Executiva Nacional na qual o PMDB decidiu fechar questão a favor da reforma, Jucá disse que a tendência é de alta dos votos favoráveis à proposta. Admite, no entanto, que a marcação de uma data pode ajudar na articulação em torno da reforma.
“O presidente Temer e o deputado Rodrigo Maia estão em estrita sintonia discutindo essa votação, portanto, no momento oportuno, o deputado Rodrigo Maia irá pautar essa matéria”, disse Jucá a jornalistas.
“Portanto não há nenhum tipo de discrepância, de descompasso entre o governo federal e a Câmara dos Deputados”, disse, ao ser questionado sobre a declaração de Maia nesta quarta-feira, que contrapôs afirmações de governistas sobre a possibilidade de votação na próxima semana.
Maia tem dito que prefere adotar uma postura mais realista do que otimista. Ele reafirma que pautará a proposta quando tiver garantias de que a medida conta com o apoio necessário para ser aprovada. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a matéria precisa de 308 votos entre os 513 deputados em dois turnos de votação.
“Acho que temos que chegar a mais de 308 (votos), agora, quando será pautado, o governo está tratando com o presidente Rodrigo Maia e vão chegar a um consenso, vão chegar a uma data comum, não tenho dúvida disso”, afirmou Jucá.
Para o senador, a definição de uma data “estimula” a base e permite que os parlamentares se programem. Sobre o fechamento de questão do PMDB, disse esperar que a atitude seja seguida por outros partidos da base, o que poderia, segundo o líder do governo, “facilitar” o posicionamento dos deputados federais.
Já a respeito do fechamento de questão do PMDB, afirmou que os parlamentares do partido que votarem contra a reforma da Previdência serão punidos, mas não quis definir o tipo de punição para "não parecer que é uma ameaça" aos correligionários.