Por Tatiana Ramil
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Michel Temer está muito bem depois de passar por procedimento cirúrgico urológico, é uma pessoa saudável, mas precisará ter precauções nas próximas semanas que o levaram a adiar uma viagem em janeiro, afirmaram nesta quinta-feira os médicos que tratam do presidente.
Temer usará uma sonda nas próximas três semanas em consequência do procedimento realizado na véspera.
O presidente receberá alta na sexta-feira, após ficar um dia a mais no hospital em função de medicamentos que está tomando para o coração em decorrência da angioplastia realizada mês passado.
"Ele ficou mais um dia por segurança, ele toma remédios para deixar o sangue mais fino, por causa da angioplastia. Esses remédios podem aumentar o risco de sangramento e não pode ficar sem essa medicação. Foi mais para observar mesmo", disse em entrevista coletiva o doutor Roberto Kalil Filho, um dos responsáveis pelo atendimento do presidente no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
"Amanhã ele terá alta até a hora do almoço e vai cumprir agenda normal...Ele está ótimo", acrescentou.
De acordo com o médico Miguel Srougi, foram realizadas há cerca de um mês biópsias da bexiga e da próstata, que "foram normais, então se descartou qualquer processo grave".
No final de outubro, o presidente passou em São Paulo por uma cirurgia na próstata, depois der ter sofrido uma obstrução urinária que fez com que fosse levado a um hospital de Brasília dias antes.
Posteriormente, já no final de novembro, Temer foi internado no Sírio-Libanês para ser submetido a uma angioplastia e para realizar uma revisão da cirurgia na próstata.
Esses episódios, segundo Kalil, são "intercorrências que acontecem com qualquer um de nós".
"O presidente é uma pessoa extremamente saudável", ressaltou.
No entanto, haverá precauções a serem tomadas, que são o cuidado para não ter sangramento importante e tentar preservar a uretra aberta, por isso a colocação da sonda por três semanas, o que inviabilizou uma viagem prevista ao sudeste asiático no início de janeiro.
O adiamento da viagem ocorreu por "ponderação médica", disse Kalil. O presidente, porém, poderá cumprir uma agenda normal em Brasília.
"Ele vai viver bem nesse período. É possível sair e trabalhar normalmente, porque ele não tem nenhuma incisão, nada muito agressivo", explicou Miguel Srougi, acrescentando que o procedimento feito na quarta-feira foi considerado "simples".
"Há 15 dias ele notou que o jato urinário começou a se enfraquecer e começou a ter dificuldade de urinar. Essa semana a dificuldade aumentou muito", disse o médico.
"Foi passado um aparelho ontem e a uretra realmente estava muito fechada. Ele devia estar urinando com muita dificuldade. Eu fiz uma incisão na uretra. No caso dele foi muito simples, apenas houve cuidado por causa do anticoagulante que ele toma, não poderia machucar nenhum vaso para não correr risco de sangramento", completou.
Enquanto Temer seguia internado em São Paulo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou em Brasília, nesta tarde, que a reforma da Previdência será colocada em votação no dia 19 de fevereiro.
Nos últimos dias, Temer atuou fortemente em busca de apoios para a reforma, numa tentativa derradeira de que a proposta fosse votada já na próxima semana.