Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Michel Temer nomeou, nesta quinta-feira, o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) ministro da Secretaria de Governo e ampliou os poderes de Moreira Franco, que passa a comandar, como status de ministro, a recriada Secretaria-Geral da Presidência.
Citado na delação do ex-diretor de Relações Instituições da Odebrecht Claudio Melo nas investigações da operação Lava Jato, Moreira Franco passa a ter foro privilegiado. Até este momento, o novo ministro ocupava a Secretaria do Programa de Parcerias em Investimentos (PPI).
Moreira Franco, segundo Mello, teria pedido "apoio de contribuição financeira" à Odebrecht, mas depois encarregou o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, de receber os recursos. Ambos negam as acusações.
De acordo com informações passadas pelo porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, em briefing à imprensa, a Secretaria-Geral passa a reunir, além do PPI, a Secretaria de Comunicação da Presidência, que perdeu status de ministério no governo Temer, a Secretaria de Administração e o Cerimonial da Presidência --ambos antes ligados à Secretaria de Governo, que ficará com Imbassahy.
A Secretaria de Governo, ambicionada pelo PSDB desde que Geddel Vieira Lima pediu demissão, passa a concentrar prioritariamente a relação com o Congresso. Com isso, o Palácio do Planalto consegue administrar a disputa entre peemedebistas e tucanos pela estrutura ministerial. O PMDB queria manter cargos na Secretaria, enquanto o PSDB queria assumir de "porteira fechada" --ou seja, poder nomear todos os cargos.
O porta-voz anunciou ainda a ampliação das atribuições do Ministério da Justiça, que passará a se chamar Ministério da Justiça e da Segurança Pública, e a criação do Ministério dos Direitos Humanos, que terá como titular a desembargadora Luislinda Valois, atualmente titular da Secretaria de Igualdade Racial, subordinada ao Ministério da Justiça.