Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - Donald Trump se tornou nesta quarta-feira o último homem em pé na corrida pela nomeação do candidato republicano a presidente dos Estados Unidos, uma vez que o único rival que sobrava, John Kasich, terminou a sua campanha, e Trump enfrenta agora o desafio de reparar as divisões profundas do partido.
Apontado como o nomeado em potencial após a sua vitória em Indiana na terça-feira e levando o seu rival mais próximo, o senador Ted Cruz, a deixar a disputa, o bilionário de Nova York, de 69 anos, planejava montar um comitê para selecionar o vice-presidente e intensificar os esforços para buscar a unidade entre um grupo amplo de republicanos antes das eleições de 8 de novembro.
Kasich, o governador de Ohio, havia permanecido na corrida na esperança de convencer os republicanos a escolhê-lo numa disputa na convenção de julho. Ele encerrou a sua campanha à medida que um caminho claro se delineou para que Trump reunisse os delegados necessários para assegurar a nomeação direta.
"No momento em que eu suspendo a minha campanha hoje, eu tenho fé renovada, uma fé mais profunda de que o Senhor vai me mostrar o caminho adiante e cumprir o propósito da minha vida”, disse Kasich, em Ohio.
Alguns parlamentares republicanos disseram que apoiariam Trump pois ele será o nomeado pelo partido, enfatizando a importância de derrotar a democrata Hillary Clinton nas eleições. Um deles foi o republicano candidato a presidente em 2008, John McCain, senador pelo Arizona, que busca a reeleição neste ano e foi insultado por Trump no ano passado.
"Como John McCain disse, ele vai apoiar o nomeado do Partido Republicano, que é agora potencialmente Donald Trump”, disse Lorna Romero, porta-voz da campanha de reeleição do senador.
No entanto, as feridas da batalha brutal das primárias ainda são recentes para muitos republicanos, que simplesmente não podem aceitar a ideia de apoiar Trump, porque eles temem que o candidato pode significar o desastre para o partido em novembro.
O senador republicano Ben Sasse, do Nebraska, reiterou declarações de que ele não iria apoiar Trump e indicou uma mensagem no Facebook de fevereiro na qual ele dissera que procuraria por um candidato alternativo se Trump fosse nomeado.
Deb Ficher, senadora também por Nebraska, deixou claro numa entrevista a uma rádio que ela apoiaria o nomeado do partido, mas que não estava confortável com Trump.
"Trump vai ter que trabalhar duro para unir o partido”, afirmou ela. “Ele vai ter que trabalhar duro para explicar a sua posição em diferentes temas e para falar dos princípios e valores que ele tem. Estou ansiosa para ter uma disputa firme aqui.”
A governadora da Carolina do Sul, a republicana Nikki Haley, divulgou um comunicado em que diz que ela apoiaria o nomeado do partido, mas que não estava “interessada” em ser a candidata a vice na chapa.