Por Christine Kim e Steve Holland
SEUL/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos devem anunciar seu maior pacote de sanções já impostas à Coreia do Norte para aumentar a pressão sobre Pyongyang devido aos programas nuclear e de mísseis norte-coreanos, enquanto a Coreia do Sul se prepara para mais conversas com autoridades do vizinho do norte.
Sanções mais rigorosas podem pôr em risco a reaproximação mais recente entre as duas Coreias, em meio a preparativos para criar as condições apropriadas para uma cúpula entre o líder norte-coreano, Kim Jong Um, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
Uma autoridade de alto escalão dos EUA, que falou à Reuters sob condição de anonimato, classificou as novas penalidades a serem impostas pelo governo norte-americano como "o maior pacote de novas sanções contra o regime da Coreia do Norte", sem dar detalhes.
O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, havia insinuado tal plano duas semanas atrás, durante uma parada em Tóquio que antecedeu sua visita à Coreia do Sul para a Olimpíada de Inverno de Pyeongchang.
Kim Jong Un disse querer fortalecer o "clima acolhedor de reconciliação e diálogo" com Seul depois que uma delegação de alto nível, que incluiu sua irmã, voltou da Olimpíada.
No ano passado a Coreia do Norte realizou dezenas de lançamentos de mísseis e seu maior teste nuclear, desafiando sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) – mas mais de dois meses já se passaram desde seu último teste de míssil, realizado em novembro.
As novas sanções dos EUA serão anunciadas enquanto uma das filhas de Trump, Ivanka, está visitando a Coreia do Sul para comparecer a um jantar com Moon e à cerimônia de encerramento dos Jogos. Além do jantar, que terá um menu kosher em respeito às restrições alimentares de Ivanka, a Casa Azul (SA:AZUL4) planejou uma pequena apresentação de música coreana tradicional para sua delegação.
Sua visita coincide com a de um funcionário norte-coreano sancionado, Kim Yong Chol, visto como culpado pelo naufrágio de um navio da Marinha sul-coreana que matou 46 marinheiros. Sua delegação também se reunirá com Moon.
A Casa Azul disse que não há oportunidades oficiais para autoridades dos EUA e da Coreia do Norte se reunirem.
Kim Yong Chol é o vice-presidente do Comitê Central do governista Partido dos Trabalhadores e foi chefe do Escritório Geral de Reconhecimento, importante agência de inteligência militar norte-coreana que Seul culpa pelo naufrágio fatal do Cheonan, uma corveta da Marinha sul-coreana, em 2010.
Nesta sexta-feira a Coreia do Sul disse ter aprovado a visita de Kim Yong Chol em busca de paz e pediu a compreensão do público.