Por Ben Blanchard e Eric Walsh
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quebrou o gelo com o presidente da China, Xi Jinping, em uma carta na qual disse esperar trabalhar com o líder chinês para desenvolver a relação entre os países, apesar de os dois ainda não terem se falado diretamente desde que o norte-americano tomou posse.
A carta agradece Xi por sua nota de congratulação pela posse de Trump e deseja ao povo chinês um Ano Novo Lunar do Galo próspero, disse a Casa Branca em um comunicado na quarta-feira.
"O presidente Trump declarou que anseia em trabalhar com o presidente Xi para desenvolver uma relação construtiva que beneficie tanto os Estados Unidos quanto a China", informou.
Nesta quinta-feira Pequim disse atribuir grande importância aos laços bilaterais.
"Estimamos muito os votos do presidente Trump ao presidente
Xi Jinping e ao povo chinês", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Lu Kang em um boletim diário à imprensa.
Indagado se foi esnobismo Trump ter ligado para muitos outros líderes mundiais como presidente, mas não para Xi, Lu respondeu: "Esse tipo de comentário não faz sentido".
O porta-voz reiterou que a China e os EUA vêm mantendo uma "comunicação próxima" desde que Trump tomou posse, e a cooperação é a "única escolha correta".
"A China está disposta a trabalhar com os Estados Unidos aderindo aos princípios de não confrontação, respeito mútuo e benefício mútuo para promover a cooperação, controlar disputas e, sobre uma fundação saudável e estável, promover um desenvolvimento maior nos laços China-EUA", disse Lu.
Trump e Xi ainda não se falaram diretamente desde que o republicano assumiu o cargo em 20 de janeiro, embora tenham conversado logo depois de o norte-americano vencer a eleição presidencial em novembro.
Fontes diplomáticas em Pequim afirmam que a China receia que Xi seja envergonhado no caso de um telefonema com Trump dar errado e os detalhes serem vazados à imprensa norte-americana.
Há uma série de áreas contenciosas nas quais Pequim teme que Trump saia do roteiro, disse um diplomata, ressaltando o tema de Taiwan, que os chineses consideram uma província rebelde, e o comércio.
Trump também ameaçou impor tarifas pesadas às importações chinesas, acusando Pequim de desvalorizar o yuan e de roubar empregos nos EUA.
(Reportagem adicional da redação de Pequim e Michael Martina)