Por Jeff Mason e Roberta Rampton
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o decreto por meio do qual suspendeu temporariamente a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana no país, que vem sendo muito criticada, dizendo nesta quinta-feira que ele é crucial para garantir a liberdade de culto e a tolerância na América.
Falando durante um tradicional café da manhã anual realizado com a presença de políticos, líderes religiosos e convidados, incluindo o rei Abdullah da Jordânia, Trump disse querer evitar que uma "cabeça de ponte de intolerância" se espalhe pelos EUA.
"O mundo está encrencado, mas vamos ajeitá-lo, OK? É isso que eu faço – eu conserto as coisas", afirmou em seu discurso.
O decreto presidencial da semana passada deteve por 120 dias o programa de refugiados, impediu a entrada de refugiados sírios indefinidamente e impôs uma suspensão de 90 dias ao ingresso de pessoas oriundas de sete países majoritariamente muçulmanos – Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen. A medida, que Trump diz ter como meta proteger a nação de ataques terroristas, desencadeou protestos e contestações legais.
Trump, empresário bilionário e ex-apresentador de reality show que jamais havia ocupado um cargo público ao ser empossado em 20 de janeiro, também procurou tranquilizar a ampla plateia a respeito da natureza de seus telefonemas a líderes mundiais.
O jornal Washington Post noticiou que o mandatário teve uma conversa tensa com o primeiro-ministro australiano a respeito de seu decreto de imigração.
"Acreditem em mim, quando vocês ouvem falar dos telefonemas difíceis que tenho feito – não se preocupem com isso. Simplesmente não se preocupem com isso", disse, sem especificar a que conversas se referia.
"Virtualmente todas as nações do mundo têm se aproveitado de nós. Isso não vai mais acontecer", afirmou Trump, que fez campanha com a plataforma "América primeiro", que segundo ele irá fazer com que ninguém tire proveito do país no comércio ou em outras relações externas.
Ele disse que a violência contra minorias religiosas tem que acabar e que os EUA tomaram a "ação necessária" nos últimos dias para proteger a liberdade de culto na nação, uma referência a seu decreto de imigração.
Segundo Trump, o novo sistema de seu governo será uma garantia de que as pessoas que entram nos EUA adotem seus valores, incluindo a liberdade religiosa.