BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reiniciou na noite desta terça-feira o julgamento da chapa Dilma-Temer, vitoriosa na eleição presidencial de 2014, que pode resultar na cassação do mandato do presidente Michel Temer.
Logo após a abertura da sessão, o ministro Herman Benjamin, relator do processo mais importante da história do TSE, começou a fazer a leitura de seu relatório, que corresponde à apresentação de um resumo de toda a instrução do processo até o momento.
Interrompido em seu primeiro dia, no início de abril, para abrir prazo para que fossem ouvidos depoimentos de novas testemunhas e para manifestação das defesas, o julgamento vai decidir se houve abuso de poder político e econômico da chapa formada pela então presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, que buscavam a reeleição.
De modo geral, os sete ministros que compõem a corte vão decidir se há provas de caixa 2 na campanha e, se sim, se foram capazes de desequilibrar a disputa a ponto de garantir a apertada vitória da chapa.
A ação foi proposta em dezembro de 2014 pelo PSDB e pela coligação Muda Brasil, encabeçada pela legenda e que tinha o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) como candidato.
O julgamento ocorre no momento em que Temer enfrenta sua mais grave crise política, devido às delações de executivos da J&F, desde que sucedeu Dilma na Presidência, com o impeachment da petista. Neste momento, o PSDB é o principal aliado do governo Temer e espera a absolvição do peemedebista.
O presidente cancelou a participação num evento nesta noite, para poder acompanhar o julgamento, segundo sua assessoria.
(Reportagem de Ricardo Brito)