ISTAMBUL (Reuters) - A Turquia bloqueou o acesso ao site do WikiLeaks, disse a agência reguladora de telecomunicações do país nesta quarta-feira, horas depois de o site divulgar milhares de e-mails do partido governista enquanto Ancara lida com os desdobramentos de um golpe militar fracassado.
Cerca de 50 mil policiais, soldados, juízes, servidores públicos e professores foram suspensos ou detidos desde a tentativa de golpe no final de semana, e os aliados ocidentais da Turquia expressaram preocupação com a abrangência da repressão.
Na terça-feira o WikiLeaks divulgou quase 300 mil e-mails do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco) de um período que vai de 2010 a 6 de julho deste ano. Obtidos antes do golpe malsucedido, a data de sua publicação foi adiantada "em reação aos expurgos pós-golpe do governo", informou o WikiLeaks em sua página.
A fonte dos e-mails não está ligada aos mentores do golpe nem a um partido ou Estado rival, disse o site.
Fundado por Julian Assange, o WikiLeaks publica material vazado, principalmente de governos. Em 2010, a organização divulgou documentos confidenciais militares e diplomáticos dos Estados Unidos, um dos maiores vazamentos de informação da história.
O Comitê de Telecomunicações e Comunicações da Turquia disse nesta quarta-feira que uma "medida administrativa" foi tomada contra o site --o termo que usa normalmente quando impede o acesso a páginas de internet.
(Por Can Sezer)