WASHINGTON (Reuters) - A repentina e chocante morte do juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos Antonin Scalia abriu uma nova e incendiária frente na já acirrada corrida presidencial de 2016, uma que promete dividir Democratas e Republicanos e, talvez, os Republicanos dentro do próprio partido.
A vaga na Corte, que está agora dividida igualmente entre 4 conservadores e 4 liberais, fez republicanos pedirem que o presidente Barack Obama se abstenha de escolher um sucessor para Scalia, de tendência conservadora, enquanto os democratas pedem que Obama faça como manda a Constituição e indique um candidato, ainda que em um Senado hostil.
Enfrentando-se em um debate apenas algumas horas depois da morte de Scalia, de 79 anos, ter sido anunciada no sábado, alguns candidatos presidenciais republicanos aproveitaram o momento para alertar os eleitores de que o líder das pesquisas do partido, o bilionário Donald Trump, não poderia ser confiado para nomear um conservador inflexível.
Obama já indicou que pretende enviar uma escolha ao Senado nas próximas semanas, o que significa que a nomeação será fortemente vasculhada pelos candidatos presidenciais em ambos os partidos. E muito provavelmente deve ir contra a maioria dos Republicanos.
Críticas à Corte, que nos últimos anos apoiou o sistema de saúde abrangente de Obama e tornou legal o casamento de pessoas do mesmo sexo, já foi um fio condutor pelas campanhas de vários candidatos republicanos.
A maioria conservadora na Corte pareceu ser destinada a invalidar as políticas de imigração e de mudança climática de Obama. A perda de Scalia, considerado uma estrela-guia do pensamento jurídico conservador, e o potencial balanço da Corte para a esquerda, garante que qualquer drama que se desenrole no Senado este ano, será espelhado na campanha eleitoral.