(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira, dois dias antes do primeiro turno da eleição, que acatará qualquer resultado que sair do pleito de domingo, recuando assim de uma declaração anterior em que disse que só aceitaria um resultado que fosse sua eleição ao Palácio do Planalto.
Em transmissão ao vivo em sua conta no Facebook (NASDAQ:FB), Bolsonaro reiterou, no entanto, desconfiança com o processo eletrônico de votação e repetiu apelos pelo voto útil em seu nome com vistas a tentar vencer a eleição já no primeiro turno.
"Vamos acatar qualquer resultado das eleições. Não há dúvida de que vamos acatar", disse ele, logo depois de reiterar suspeitas sobre o sistema eletrônico de votação.
"Logicamente que não temos uma forma de fazer uma auditoria. O Supremo derrubou o voto impresso", acrescentou.
Em entrevista à TV Bandeirantes no final de setembro, quando Bolsonaro ainda estava hospitalizado se recuperando de uma facada que sofreu no início daquele mês, o presidenciável do PSL disse que só aceitaria a sua vitória na eleição deste mês. [nL2N1WE2CF]
O ex-capitão do Exército também reiterou no vídeo o pedido para que eleitores que pretendem votar em outro candidato que coloquem seu número na urna eletrônica no domingo para vencer a eleição no primeiro turno e evitar uma nova rodada de votação no fim do mês contra o candidato do PT, Fernando Haddad, que aparece em segundo lugar nas pesquisas.
"Meus amigos, vamos evitar um segundo turno Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, do PT. Eles têm muito mais poder de fogo, munição, dinheiro do que nós. Têm uma capacidade de mentir enorme", disparou.
Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto, seguido por Haddad na segunda colocação, o que levaria ambos ao segundo turno. Para vencer já no domingo, um candidato precisa conquistar metade mais um dos votos válidos. Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira mostra o ex-capitão com 39 por cento dos votos válidos.
"Com todo o respeito que eu tenho aos demais candidatos, sem citar nome aqui, tem bons candidatos, mas votar neles é insistir, é fazer que jogue isso para o segundo turno. Ele não vai chegar", disse.
"A gente pede o voto útil porque é melhor adiantar agora do que deixar para um possível segundo turno. A gente sabe o que esses caras podem fazer, tudo pode acontecer", afirmou.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)