SÃO PAULO (Reuters) - O missionário norte-americano Josh Holt, mantido pela Venezuela sem julgamento por acusações de armas desde 2016, estava voltando para casa com sua esposa no sábado, depois que o governo sul-americano inesperadamente o libertou.
Eles eram acompanhados pelo presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Bob Corker, que se encontrou na sexta-feira com o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, segundo o escritório de Corker.
A libertação do missionário mórmon de Utah aconteceu apesar do aprofundamento das tensões entre EUA e Venezuela, que na semana passada viu expulsões de diplomatas, a recusa de Washington em reconhecer a reeleição do presidente venezuelano Nicolas Maduro em 20 de maio e a imposição de novas sanções dos EUA em Caracas.
Falando em uma entrevista coletiva em Caracas, o ministro das Comunicações, Jorge Rodriguez, disse que Holt e sua esposa, Thamy, foram libertados como parte dos esforços do governo de Maduro para manter "relações diplomáticas respeitosas" com Washington.
"Este tipo de gesto... nos permite consolidar o que sempre foi nosso ponto de vista: diálogo, acordo, respeito pela nossa independência, respeito pela nossa soberania", disse Rodriguez.
Holt e sua esposa foram acusados de espionagem, violência e atividades contra a ordem constitucional da Venezuela, disse ele.
A expectativa é que eles cheguem em Washington no sábado à noite e juntam-se à família de Holt na Casa Branca, disse o presidente dos EUA, Donald Trump, no Twitter.
O senador Orrin Hatch, de Utah, disse em um comunicado que a libertação de Holt ocorreu após dois anos de intenso lobby, trabalhando com duas administrações presidenciais, inúmeros contatos diplomáticos ao redor do mundo e o próprio Maduro.
Em um comunicado no Facebook, a família de Holt agradeceu a "todos que participaram desse milagre", mas pediu para encontrar com ele e sua esposa antes de outros comunicados ou entrevistas.
(Por Jonathan Landay e Angus Berwick; reportagem adicional de Corina Pons em Caracas)