Por Diego Oré
CARACAS (Reuters) - A Venezuela processará todos aqueles que apoiarem as sanções adotadas recentemente pelos Estados Unidos contra o país, segundo medida aprovada na terça-feira pela Assembleia Constituinte, composta apenas por apoiadores do governo.
Na semana passada Washington impôs sanções financeiras a Caracas na tentativa de reduzir os fundos do governo do presidente Nicolás Maduro, já afetado gravemente pela falta de dinheiro.
Maduro descreveu a medida como ilegal e concebida para "asfixiar" a economia e levar a nação rica em petróleo a um default.
"Aceitamos o pedido do presidente Nicolás Maduro para iniciar, junto com as autoridades públicas competentes, um julgamento histórico de traição contra aqueles dedicados à promoção destas ações imorais contra os interesses do povo venezuelano", disse Diosdado Cabello, um dos principais membros da Assembleia.
Delcy Rodríguez, ex-ministra das Relações Exteriores venezuelana que hoje preside a Constituinte, disse que cobrará da Procuradoria-Geral e do Tribunal Supremo o início de investigações.
Durante o debate de quase três horas, membros acusaram políticos opositores de apoiarem as sanções e divulgaram um comunicado emitido pela oposição no qual esta comemora as sanções do governo do presidente dos EUA, Donald Trump.
A Venezuela está atravessando uma crise econômica inédita, e milhões estão sofrendo com a falta de alimentos e remédios e a inflação de três dígitos.
O presidente socialista acusa seus opositores de realizarem uma "guerra econômica" contra o país com ajuda dos EUA.