SÃO PAULO (Reuters) - O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse nesta quinta-feira que está convocando os senadores para voltarem a Brasília e discutirem a crise dos combustíveis e os protestos de caminhoneiros que realizam paralisações e bloqueios em estradas de todo o país.
O vice-presidente do Senado também criticou o que chamou de falta de ação do governo e pediu a saída do presidente da Petrobras (SA:PETR4), Pedro Parente, do cargo, segundo ele, "para o bem do Brasil".
"Estou convocando todos os senadores a retornarem a Brasília para discutirmos medidas para retirar o Brasil da crise em que se encontra. Não podemos mais esperar pela falta de ação do governo", escreveu o parlamentar em sua conta no Twitter.
"Cadê o presidente da República? Cadê o ministro de Minas e Energia? Quem fala à sociedade e fala de forma arrogante é o presidente da Petrobras. Chegaremos num tempo em que o presidente da Petrobras é quem nomeará o presidente da República? Parece que caminhamos pra isso. Se o senhor Pedro Parente não se demite, que seja demitido, pelo bem do Brasil", disse Cunha Lima, de acordo com a Agência Senado.
O parlamentar defendeu a redução de impostos e revisão da política de reajuste de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras.
Mais cedo, a conta do Senado no Twitter informou que o presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), convocou reunião de líderes para às 19h desta quinta-feira e a liderança do DEM na Casa disse que o presidente do Senado convocou sessão para a sexta-feira. Eunício havia deixado Brasília e estava em Fortaleza, mas está retornando para a capital.
Caminhoneiros fazem nesta quinta-feira o quarto dia seguido de protestos em todo o país contra o custo elevado de impostos no preço do diesel. O governo do presidente Michel Temer anunciou nesta semana que zeraria a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel assim que o Congresso aprovasse a reoneração da folha de pagamento de alguns setores da economia.
Na quarta, Parente anunciou em entrevista coletiva a redução em 10 por cento do preço do diesel nas refinarias por 15 dias. A Câmara dos Deputados, também na quarta, aprovou a reoneração da folha e incluiu, contra a vontade do governo, a isenção do PIS/Cofins sobre o diesel. A medida vai agora ao Senado.
Essas medidas, no entanto, não levaram os caminhoneiros a suspenderem a paralisação. Representantes da categoria estão reunidos com membros do governo nesta tarde.
(Por Eduardo Simões)