O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse nesta 5ª (4.abr.2024) que 50 dias para recapturar os 2 fugitivos do presídio federal de Mossoró (RN) é um prazo “razoável”.
Deibson Nascimento e Rogério Mendonça foram presos nesta 5ª (4.abr) junto a 4 pessoas pela PF (Polícia Federal) em Marabá (PA) a cerca de 1.600 km da penitenciária de onde fugiram em 14 de fevereiro.
Ambos são apontados como integrantes da facção criminosa CV (Comando Vermelho) e considerados de alta periculosidade pelos agentes de segurança. As investigações indicam que estavam em direção ao exterior quando foram presos.
A prisão se deu depois que as investigações da PF indicaram que eles não se encontravam mais na região de Mossoró, como se acreditava inicialmente. O grupo passou a ser monitorado pela inteligência da corporação por ligações e ouviu testemunhas.
Um grupo de 3 carros foi cercado em uma ponte da rodovia BR-222 no começo da tarde. Além dos 2 foragidos, 4 pessoas que os acompanhavam foram presas. O grupo também carregava um fuzil, mas não houve resistência ou troca de tiros durante a operação.
Cerca de 500 agentes foram acionados para as buscas em Mossoró, sendo 11 deles da Força Nacional. O grupo foi formado por policiais federais, rodoviários, penais e militares de 5 Estados diferentes.
Segundo Lewandowski, o governo empregou “todos os esforços possíveis para localizá-los” nas buscas in loco e que 50 dias é considerado um prazo “dentro dos paradigmas internacionais”, considerando a dimensão do Brasil, a Zona de Mata e as chuvas que atingiram o local.
“É preciso lembrar que nós estamos lutando contra o crime organizado, a palavra já diz tudo. São altamente organizados, a polícia é também muito organizada, ela os localizou a partir de dados, telefonemas celulares e testemunhas que pudessem ter revelado a passagem por diversos locais. O monitoramento significa o acompanhamento e não que estivessem no radar permanentemente”, declarou o ministro.
De volta a Mossoró
Os 2 fugitivos irão voltar para o presídio da fuga em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Segundo André Garcia, secretário nacional de Políticas Penais, o local teve a segurança reforçada, 10.000 novas câmeras foram compradas desde a fuga para todo o sistema penitenciário federal e ambos ficarão em celas separadas com revistas diárias.
Na 3ª feira (2.abr), o Ministério da Justiça e Segurança Pública concluiu as investigações sobre as condições que levaram à fuga inédita de um presídio federal. Segundo o relatório da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), não há indícios de corrupção na fuga, mas o órgão admitiu falhas nos procedimentos carcerários de segurança do presídio.
Ao todo, foram instaurados 3 PADs (Processos Administrativos Disciplinares) envolvendo 10 funcionários do local, e 17 deverão assinar TACs (Termos de Ajustamento de Conduta).