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Paranaguá tem acesso liberado, mas protestos ainda afetam oferta de combustível em SC e MT

Publicado 03.11.2022, 10:22
Atualizado 03.11.2022, 14:41
© Reuters. Vista do porto de Paranaguá
3/12/2020
REUTERS/Rodolfo Buhrer
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RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O acesso de caminhões ao porto de Paranaguá foi desbloqueado no início da manhã desta quinta-feira, segundo autoridade portuária, mas distribuidoras de combustíveis informaram que os protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro ainda afetam o abastecimento, principalmente em Santa Catarina e em Mato Grosso.

Ainda no que diz respeito a produtos básicos, há tendência de normalização no abastecimento de alimentos em algumas regiões e setores, como na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), com a redução dos protestos.

De acordo com o chefe da Seção de Economia da Ceagesp, Thiago de Oliveira, o mercado atacadista começou a quinta-feira recebendo maiores quantidades de mercadorias. "Não há desabastecimento. Ainda existem alguns produtos com oferta reduzida, mas há volume para comercialização", disse ele em nota.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que pregam o desrespeito ao resultado das eleições e uma intervenção militar no país, o que é ilegal, realizavam menos interdições após o governante pedir o encerramento dos bloqueios na quarta-feira.

Na manhã desta quinta-feira, 73 interdições e bloqueios em estradas de sete Estados, sendo Mato Grosso, importante produtor agrícola, e Santa Catarina, pólo de criação de aves e suínos, os mais afetados pelas manifestações golpistas dos apoiadores do presidente.

No Paraná, a principal via de acesso ao porto de Paranaguá, a BR-277, foi desbloqueada por volta das 6h30 desta quinta-feira, o que deve permitir o retorno do fluxo de cargas de soja, milho e farelo de soja.

Com o fluxo liberado, a diretoria de operações dilatou o período das janelas de entrada no Pátio Público de Triagem --onde os veículos chegam para descarregar granéis sólidos vegetais-- para que nenhum caminhão perca o agendamento em virtude das paralisações.

No período em que a via ficou bloqueada, da tarde de segunda-feira até esta madrugada, um total de 672 caminhões foram recebidos.

Os dias de menores fluxos foram terça-feira (56 caminhões) e quarta-feira (45 caminhões). Nesta quinta, até as 9h, 242 veículos deram entrada no pátio.

A autoridade portuária disse ainda que cerca de 1.200 caminhões já estão agendados para chegarem até esta quinta-feira. Nos próximos dias, os terminais estão realizando novos agendamentos de modo que o fluxo seja reorganizado.

O pátio recebe os caminhões que chegam para descarregar granéis sólidos vegetais para exportação pelo Porto de Paranaguá – soja, milho e farelo de soja.

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

O IBP, que representa grandes distribuidoras de combustíveis como Cosan (BVMF:CSAN3), Vibra e Ipiranga, afirmou em nota nesta quinta-feira que "o número de barreiras totais reduziu, porém ainda há grande número de veículos presos em bloqueios/trânsito".

A estratégia do instituto segue em busca de liberar os fluxos auxiliando as forças de segurança com informações.

Segundo a entidade, os Estados em situação mais crítica são Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Roraima, nesta ordem.

Ao longo da semana foi registrada falta pontual de produtos em alguns postos pelo país, diante dos bloqueios.

© Reuters. Vista do porto de Paranaguá
3/12/2020
REUTERS/Rodolfo Buhrer

A reguladora do setor de petróleo ANP ainda vê eventual risco de restrição no abastecimento de combustíveis, segundo nota publicada nesta quinta-feira.

A autarquia tomou medidas para garantir a continuidade do abastecimento de combustíveis, em busca de facilitar o fluxo de produtos entre os locais de armazenamento e o consumidor final.

(Por Ana Mano e Letícia Fucuchima; reportagem adicional de Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier no Rio de Janeiro)

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