O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes foi selecionado para a relatoria do caso que conduzirá o julgamento em torno da morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.
A pauta foi encaminhada ao STF na 5ª feira (14.mar.2024), dia em que o assassinato da vereadora completou 6 anos. Segundo apurou o Poder360, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) enviou o caso depois de mapear a suspeita de envolvimento de uma pessoa com foro privilegiado na morte de Marielle.
A investigação está sob sigilo e, por isso, não há detalhes sobre quem seria a pessoa envolvida.
O foro privilegiado é concedido a autoridades da administração federal que podem ser julgadas diretamente pelo Supremo. São elas:
- o presidente da República;
- o vice-presidente da República;
- senadores;
- deputados federais;
- integrantes dos tribunais superiores de justiça;
- integrantes do TCU (Tribunal de Contas da União);
- e embaixadores.
RELEMBRE O CASO
Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018. Ela tinha saído de um encontro no Instituto Casa das Pretas, no centro do Rio de Janeiro. O carro em que a vereadora estava foi perseguido pelos criminosos até o bairro do Estácio, que faz ligação com a Zona Norte.
Investigações e uma delação premiada apontaram o ex-policial militar Ronnie Lessa como autor dos disparos. Ele teria atirado 13 vezes em direção ao veículo.
Lessa está preso. Ele já havia sido condenado por contrabando de peças e acessórios de armas de fogo. O autor da delação premiada é o também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigia o Cobalt usado no crime.
Outro suspeito de envolvimento preso é o ex-bombeiro Maxwell Simões Correia, conhecido como Suel. Seria dele a responsabilidade de entregar o Cobalt usado por Lessa para desmanche. Segundo investigações, todos têm envolvimento com milícias.
No fim de fevereiro, a polícia prendeu Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha. Ele é o dono do ferro-velho suspeito de fazer o desmanche e o descarte do veículo usado no assassinato.
O homem já havia sido denunciado pelo Ministério Público em agosto de 2023. Ele é acusado de impedir e atrapalhar investigações.
Apesar das prisões, 6 anos depois do crime ninguém foi condenado. Desde 2023, a investigação iniciada pela polícia do Rio de Janeiro está sendo acompanhada pela Polícia Federal.
Em dezembro de 2023, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o crime seria elucidado “em breve”. Na ocasião, ele afirmou que as investigações estavam caminhando para a fase final.