Investing.com - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira o nome dos primeiros ministros do seu terceiro mandato. A divulgação é vista como uma antecipação, pois Lula havia afirmado, ontem, que deveria realizar o anúncio dos ministros apenas depois da diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que vai ocorrer na próxima segunda, 12 de dezembro.
Para o ministério da Economia, que voltará a se chamar Fazenda, o comando da pasta será do ex-ministro da educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Na Justiça, o escolhido é o senador eleito Flávio Dino. Além disso, o governador da Bahia, Rui Costa, chefiará a Casa Civil, enquanto o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro assume como ministro da Defesa e o embaixador Mauro Vieira será o novo chanceler.
A mudança tem em vista a necessidade de articulação diante de possíveis entraves à tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição.
LEIA MAIS: Lula antecipa ministros para desfazer impasses com a Câmara e na Defesa
Tramitação da PEC em jogo
A PEC da Transição foi aprovada em dois turnos no Senado nesta quarta-feira, 07, mas a matéria ainda precisa ser apreciada na Câmara dos Deputados. Com a proximidade do prazo final para que ela seja aprovada antes da votação do Orçamento para 2023, o governo eleito não quer correr riscos, em um momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, também na quarta-feira, a votação das emendas de relator, conhecidas popularmente como Orçamento Secreto.
Um impasse nesta área pode gerar mais problemas nas tratativas para que a matéria tramite com celeridade na Câmara, presidida pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Lula conversou com Lira por telefone durante esta semana e garantiu que não se manifestou ou realizou movimentações políticas a respeito deste tema.
No entanto, com o aumento da tensão, o receio é de que a Câmara opte por mudanças no texto, o que exigiria o retorno da matéria ao Senado, prejudicando a rapidez da tramitação.