O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos fez uma transmissão ao vivo em seu perfil no X (antigo Twitter), chamado Terça Livre, na noite de domingo (7.abr.2024). A live foi realizada depois de o bilionário Elon Musk desafiar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
O perfil de Allan e do Terça Livre estavam bloqueados por ordem do próprio Moraes desde setembro de 2021. Contudo, desde as publicações de Musk, a homepage da página (@tercalivre) voltou a aparecer para usuários no celular (veja na imagem abaixo).
Ao acessar o perfil pelo computador, porém, é exibida a seguinte mensagem: “@tercalivre foi retido no BR em resposta a uma exigência legal”. Veja imagem do perfil aberto em um celular e no computador:
Reprodução Página inicial no celular do perfil “Terça Livre”
Reprodução Página inicial no computador do perfil “Terça Livre” Allan dos Santos está foragido da Justiça brasileira desde 2021. Ele é investigado em 2 inquéritos que tramitam no STF. Um trata da divulgação de notícias falsas e outro sobre suposto apoio em atos contra às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
MUSK X MORAES
Elon Musk perguntou na madrugada do sábado (6.abr) por que o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), “exige tanta censura no Brasil”. O empresário respondeu uma publicação do ministro no X de 11 de janeiro.
O comentário de Musk veio na sequência de acusações feitas pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger na 4ª feira (3.abr). Segundo Shellenberger, o ministro tem “liderado um caso de ampla repressão da liberdade de expressão no Brasil”.
Os comentários críticos escalaram o tom e Musk disse que pensa em fechar o Twitter no Brasil e que divulgará as exigências de Moraes que violam leis. Ele também chamou o ministro de “tirano”, “totalitário” e “draconiano”, dizendo que ele deveria “renunciar ou sofrer um impeachmant”.
Saiba mais:
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TWITTER FILES BRAZIL
Na 4ª feira (3.abr), o jornalista norte-americano Michael Shellenberger publicou uma suposta troca de e-mails entre funcionários do setor jurídico do X no Brasil entre 2020 e 2022 falando sobre solicitações e ordens judiciais recebidas a respeito de conteúdos de seus usuários.
As mensagens mostrariam pedidos de diversas instâncias do Judiciário brasileiro solicitando dados pessoais de usuários que usavam hashtags sobre o processo eleitoral e moderação de conteúdo.
Shellenberger criticou especificamente o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes criticando-o por “liderar um caso de ampla repressão da liberdade de expressão no Brasil”. Segundo ele, Moraes emitiu decisões pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que “ameaçam a democracia no Brasil” ao pedir intervenções em publicações de membros do Congresso Nacional e dados pessoais de contas –o que violaria as diretrizes da plataforma. Os autos dos processos mencionados no caso estão sob sigilo.
O caso foi batizado de Twitter Files Brazil em referência ao Twitter Files originalmente publicado em 2022, depois que Musk comprou o X, em outubro daquele ano.
À época, Musk entregou um material a jornalistas que indicavam como a rede social, nas eleições norte-americanas de 2020, colaborou com autoridades dos Estados Unidos para bloquear usuários e suprimir histórias envolvendo o filho do candidato à presidência do país Joe Biden.
Os arquivos publicados por jornalistas incluem trocas de e-mails que revelam, em certa medida, como o Twitter reagia a pedidos de governos para intervir na política de publicação e remoção de conteúdo. Em alguns casos, a rede social acabava cedendo.
No caso brasileiro, Musk não foi indicado como a fonte que forneceu o material, no entanto, o empresário escalou críticas a Moraes durante alguns dias.