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Braga Netto chamou ex-comandante de “cagão” por não aderir a golpe

Publicado 08.02.2024, 17:17
Atualizado 08.02.2024, 17:41
Braga Netto chamou ex-comandante de “cagão” por não aderir a golpe

O general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo de Jair Bolsonaro (PL) chamou o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, de “cagão” ao saber que ele não não aceitou participar do suposto plano de golpe de Estado. As informações foram levantadas pela PF (Polícia Federal).

O diálogo em questão foi entre Braga Netto e o militar Ailton Barros, preso em 2023 na operação que investiga fraudes em cartões de vacina. Os registros aparecem na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que baseou a operação Tempus Veritatis nesta 5ª feira (8.fev). Eis a íntegra (PDF – 8 MB).

“Meu amigo, infelizmente tenho que dizer que a culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do general Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, teria dito Braga Netto a Ailton Barros.

Barros respondeu: “Então vamos continuar na pressão e se isso se confirmar, vamos oferecer a cabeça dele aos leões”. O ex-ministro concordou e disse: “Oferece a cabeça dele. Cagão”.

Freire Gomes foi comandante do Exército de março a dezembro de 2022. Em 2023, ele foi substituído pelo general Tomás Ribeiro Paiva, nomeado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

A PF escreveu em seu relatório, também, que em outros diálogos, Ailton Barros também criticou Freire Gomes por “estar dificultando a vida do PR [presidente da República]” ao “se colocar contra [o plano]”.

Para a corporação, esse é mais um elemento que “ratifica” que os investigados “tentaram executar um golpe de Estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder, que não se consumou por circunstâncias alheias a suas vontades”.

Eis os outros aliados Bolsonaro que foram alvos:

  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL;
  • general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.

ENTENDA

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta 5ª feira (8.fev.2024) uma operação contra Jair Bolsonaro e aliados por suposta tentativa de golpe na gestão do ex-presidente. A Justiça determinou que o ex-chefe do Executivo entregue seu passaporte para a PF.

Veja abaixo os principais alvos da operação:

Sérgio Lima/ Poder360 -

O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi um dos alvos; ele deve entregar seu passaporte à PF em até 24h

Sérgio Lima/Poder360 - 22.abr.2022

Walter Braga Netto, ex- ministro da Casa Civil, foi também candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro

Sérgio Lima/ Poder360 - 23.nov.2023

Valdemar Costa Neto, presidente do PL e ex-deputado federal; ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma durante operação da PF nesta 5ª

Sérgio Lima/Poder360 - 26.set.2023

General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional)

Sérgio Lima/Poder360 08.ago.2023

Ex-ministro da Justiça Anderson Torres atuou no cargo durante o governo Jair Bolsonaro; ele era secretário de Segurança Pública do DF durante o 8 de Janeiro

Arthur Max/MRE

Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência

Flickr

General Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Coter (Comando de Operações Terrestres do Exército)

Marcos Corrêa/Planalto - 9.abr.2021

Almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro

Sérgio Lima/Poder360 28.jul.2022

O ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

reprodução

Marcelo Câmara, coronel do Exercito e um dos assessores mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro

Os agentes cumprem 33 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas, como a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

As buscas são realizadas no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Em nota, a PF disse que a operação apura “organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”.

Veja imagens das buscas em Brasília registradas pelo repórter fotográfico do Poder360 Sérgio Lima:

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

Operação da Polícia Federal mirou ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por suposta tentativa de golpe durante sua gestão; na foto, viaturas da PF na casa do general Augusto Heleno, um dos alvos da ação desta 5ª feira (8.fev) | Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

Heleno chefiou o GSI durante o governo Bolsonaro; na imagem, agentes da PF na quadra em que o general mora, na Asa Norte, em Brasília

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

Em operação, polícias andam em direção ao apartamento do general Heleno

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

Buscas fazem parte da operação Tempos Veritatis (tempo da verdade) da PF

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

Carros da polícia estacionados em frente ao apartamento do general Augusto Heleno

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

PF chega à sede do PL, no Complexo Brasil 21; na foto, duas viaturas, 7 agentes e 6 malotes

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

PF em operação na sede do PL; presidente do partido é Valdemar Costa Neto, preso na operação nesta 5ª feira (8.fev)

Sérgio Lima/Poder360 - 8.fev.2024

Busca e apreensão na sede do PL; na foto, polícias na garagem do Complexo Brasil 21

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