Principal alvo da 24ª fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela PF (Polícia Federal) nesta 5ª feira (18.jan.2024), o deputado federal Carlos Jordy (PL) criticou a investigação e as determinações do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo ele, a operação é uma “piada” e Moraes “se julga o dono do país”.
“É inacreditável o que nós estamos vivendo. Esse mandado de busca e apreensão que foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, isso aí é a verdadeira constatação de que estamos vivendo em uma ditadura”, afirmou.
Líder da oposição na Câmara, Jordy é suspeito de participar de atos extremistas que questionavam o resultado das eleições de 2022, na qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o Jair Bolsonaro (PL). O deputado do PL é aliado do ex-presidente e um dos principais deputados bolsonaristas na atual legislatura da Câmara.
Mais cedo, agentes da PF fizeram buscas em Brasília e no Rio de Janeiro em endereços ligados ao deputado para cumprir mandados expedidos pelo STF. A corporação afirma que a ação busca identificar pessoas que tenham planejado, financiado e incitado atos com pautas antidemocráticas de outubro de 2022 ao início do ano passado.
Segundo o deputado, a operação é uma “medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”. Jordy é pré-candidato a prefeito de Niterói.
“Fui acordado hoje às 6h, estava dormindo com a minha filha e a minha esposa. E fui acordado com fuzil no rosto pela Polícia Federal”, relatou o congressista, afirmando que os agentes foram gentis e disseram estar apenas cumprindo ordens.
“Eu até falei para os policiais federais: antes vocês iam na casa de políticos corruptos, políticos que tinham alguma investigação por corrupção. Hoje, vocês estão indo por conta de determinação de uma pessoa que se julga o dono do Brasil e que quer perseguir seus adversários nesse inquérito do fim do mundo”, disse Jordy.
O congressista afirma não ter envolvimento com o 8 de Janeiro. “Eu, em momento algum do 8 de janeiro, eu incitei, falei para as pessoas que aquilo ali era correto. Pelo contrário. Em momento algum eu estive nos quartéis-generais quando estavam acontecendo todos aqueles acampamentos. Nunca apoiei nenhum tipo de ato, tanto anterior ou depois no 8 de janeiro. Embora as pessoas tivessem todo o seu direito de fazer suas manifestações contra o governo eleito”.