👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

CGU mantém sigilo de 100 anos para mensagens sobre prisão de Ronaldinho Gaúcho

Publicado 23.03.2023, 04:01
© Reuters.  CGU mantém sigilo de 100 anos para mensagens sobre prisão de Ronaldinho Gaúcho

A promessa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de revogar todos os sigilos impostos na gestão do antecessor Jair Bolsonaro não se confirmou. A Controladoria Geral da União (CGU) decidiu manter por 100 anos o segredo sobre telegramas diplomáticos emitidos pelo Ministério das Relações Exteriores no caso da prisão do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho. O atleta e seu irmão Assis foram detidos no Paraguai em março de 2020, ambos acusados de usar passaportes falsos. Ficaram seis meses presos.

Durante o governo Jair Bolsonaro foi apresentado um pedido ao Itamaraty com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) para que fossem divulgadas as mensagens dos diplomatas brasileiros trocadas com a chancelaria em Brasília na época da prisão. O pedido foi negado na época pelo ministério sob alegação de que os documentos continham informações pessoais. Segundo a LAI, dados particulares podem ficar protegidos por um século.

Durante a campanha eleitoral, Lula prometeu revogar os sigilos de 100 anos impostos por Bolsonaro. O governo petista cumpriu a promessa ao tornar público o processo administrativo que investigou no Exército a conduta do general Eduardo Pazuello, que participou em maio de 2021 de um ato político ao lado do presidente no Rio de Janeiro. O processo também estava sob segredo.

O Estadão apresentou um novo pedido para ter acesso também ao caso Ronaldinho no Itamaraty. O requerimento foi negado pela chancelaria sob alegação de que são informações pessoais protegidas pela lei. Um recurso foi apresentado à CGU que seguiu o entendimento da gestão Bolsonaro e manteve o sigilo de 100 anos.

A Controladoria chegou a questionar o Ministério das Relações Exteriores se havia algum impedimento para liberar os documentos. O Itamaraty confirmou, então, que possui 30 mensagens sobre a prisão de Ronaldinho. Mas alegou que todas elas são de caráter pessoal. "São informações a respeito das circunstâncias da prisão", informou a chancelaria em resposta ao pedido de explicações da CGU. O Itamaraty sustentou ainda não ter encontrado documentos sobre gestões diplomáticas governo a governo para tratar da prisão do jogador.

Como revelou o Estadão, o governo Bolsonaro atuou no caso de Ronaldinho na época. O então ministro da Justiça Sergio Moro ligou para o Paraguai pedindo explicações sobre a prisão do atletade Ronaldinho Gaúcho, que é embaixador do Turismo do governo Bolsonaro. Na época, Moro alegou que não interferiu nas investigações do País vizinho.

No mês passado, a Controladoria havia divulgado um novo entendimento sobre o acesso aos chamados telegramas diplomáticos do Itamaraty. O enunciado estabeleceu que essas mensagens são públicas.

"A proteção das negociações e das relações diplomáticas do País não pode ser utilizada como fundamento geral e abstrato para se negar acesso a pedidos de informação. Da mesma forma, a presença de informações pessoais no documento ou processo não pode ser utilizado como argumento para a negativa de acesso, uma vez que essas podem ser tratadas para que, devidamente protegidas, o restante do documento ou processo seja fornecido", diz o texto emitido pela CGU.

O novo entendimento foi citado no despacho em resposta ao pedido do Estadão. No entanto, a CGU argumentou que não seria possível liberar os documentos. "A Controladoria Geral da União, conforme já destacado neste parecer, compreende que telegramas, despachos telegráficos e as circulares telegráficas produzidos pelo Ministério das Relações Exteriores, como regra geral, são documentos de natureza pública", diz a resposta da CGU, acrescentando a ressalva: "Tendo em vista as informações prestadas pelo órgão recorrido (Itamaraty), o conteúdo dos documentos que formam o objeto da demanda em análise possuem natureza privada, cuja divulgação poderia causar prejuízos à honra e à imagem da pessoa a quem se referem".

A Controladoria sustenta ainda que Ronaldinho não é uma autoridade pública, apesar de ser pessoa notória. Como o Itamaraty alegou que não há registros sobre tratativas diplomáticas de governo a governo para a liberação do jogador, os documentos se limitariam a questões pessoais que devem ser preservadas.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.