O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, disse em delação à Polícia Federal que o ex-presidente realizou uma reunião depois do 2º turno das eleições com militares de alta patente e ministros do governo para discutir sobre uma minuta que pedia novas eleições e incluía prisões de adversários. As informações são do portal de notícias UOL e do jornal O Globo.
O documento teria sido entregue ao ex-chefe do Executivo pelo ex-assessor Felipe Martins. Segundo Cid, o plano de golpe de Estado teria sido apoiado pelo então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier. A proposta não recebeu apoio dos outros chefes da Aeronáutica e do Exército.
A minuta do plano de golpe teria sido elaborada por um advogado constitucionalista que, por meio do assessor Felipe Martins, teria entregado o documento em mãos à Bolsonaro durante um encontro. A PF investiga se é a mesma peça encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres.
Em nota, Cezar Bitencourt, advogado de Mauro Cid, disse que não tem acesso aos depoimentos e que não confirma o conteúdo divulgado pela imprensa. Eis a íntegra (PDF – 133 kB).
Em 9 de setembro, Moraes concedeu liberdade a Mauro Cid e homologou um acordo de delação premiada firmado com a PF.
O militar estava preso desde 3 de maio por uma investigação que apura inserções de dados falsos em cartões de vacina. Ele também é investigado em inquéritos que apuram a venda e o transporte ilegal de joias dadas ao governo brasileiro e por suposto envolvimento em conversas sobre um golpe de Estado. O último depoimento do militar à PF foi em 31 de agosto, quando ele passou 12 horas na sede da corporação.