Wellington Macedo de Souza, condenado a 6 anos de prisão por tentativa de explosão de uma bomba em Brasília, ficou em silêncio para as perguntas da relatora da CPI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
“Eu vou colaborar com vocês a partir do momento que os meus advogados tiverem acesso aos autos acusatórios contra esta pessoa que aqui está, que até hoje não sabe porque tem pago um preço tão alto e tanta humilhação”, disse Macedo. “Então, quando tiver acesso aos autos, vocês podem me convocar novamente aqui que eu vou colaborar com vocês”.
O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu na 4ª feira (20.set) a Wellington Macedo de Souza o direito de ficar em silêncio durante depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Eis a íntegra da decisão (PDF – 180 kB).
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Macedo era blogueiro e foi condenado a 6 anos de prisão por participar da tentativa de explosão de uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília em 24 de dezembro de 2022. Sua convocação pela CPI foi aprovada em junho.
O blogueiro estava foragido da Justiça e foi preso no Paraguai em 14 de setembro. Chegou ao Brasil no dia seguinte, com outros 2 foragidos presos no Paraguai, acusados de envolvimento nos atos extremistas do 8 de Janeiro, também desembarcaram em Brasília.
A CPI do 8 de Janeiro também já teve o depoimento George Washington de Oliveira Sousa, preso pelo mesmo caso. Ele também fez uso do direito ao silêncio.
Relembre
Em 24 de dezembro, a PM (Polícia Militar) e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal foram acionados por volta das 7h30 para investigar um possível artefato explosivo presente em uma caixa encontrada na via que dá acesso ao Aeroporto de Brasília.
O material foi recolhido e enviado à perícia da Polícia Civil do DF. Durante o processo, uma das vias de acesso ao aeroporto foi interditada.
No mesmo dia, os agentes identificaram e prenderam o suspeito de ter montado o artefato explosivo. Em depoimento, o empresário George Washington, 54 anos, afirmou que o plano era “dar início ao caos” que levaria à “decretação do estado de sítio no país”.
O plano teria sido elaborado no acampamento montado em frente ao QG (Quartel-General) do Exército em Brasília, onde extremistas de direita se concentraram desde o início de novembro para contestar o resultado da eleição que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A estrutura foi desmontada no dia 9 de janeiro de 2023.