O vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2008, Paul Krugman, 70 anos, disse nesta 3ª feira (26.set.2023) que a alta do PIB (Produto Interno Bruto) da China em patamares elevados dá sinais de esgotamento. Segundo o economista norte-americano, o crescimento sustentável do país asiático atinge 3%.
“Aquele crescimento heroico da China chegou ao fim”, declarou. A fala foi durante palestra na 38ª Conferência Hemisférica da Fides (Federação Interamericana das Empresas de Seguros), no Rio de Janeiro (RJ). O tema da plenária foi “Desafios para o crescimento global sustentável”.
O presidente da CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização), Dyogo Oliveira, e a jornalista Carla Vilhena participaram da mediação.
Krugman afirmou que a população da China também parou de crescer e esse é um fator que interfere na economia. De acordo com ele, a atividade econômica do gigante asiático “precisa de altos investimentos”.
“A história é que a economia chinesa foi construída para altas taxas de crescimento. É uma economia que economiza 40% do PIB […] Você não pode investir 40% do PIB com 3% de crescimento sustentável”, disse.
Na sua visão, os chineses “têm que incentivar o consumo”. Sinalizou, porém, que a hesitação da China “talvez seja um problema ideológico“.
“Eles desaceleraram o progresso tecnológico. Estão menos produtivos que as economias globais”, declarou.
Krugman disse que a situação representa um problema para países exportadores de produtos primários, como o Brasil. Ele também afirmou que as ações do presidente chinês, Xi Jinping, “parecem mais de direita”.
“Os chineses ficaram cobrindo o sol com a peneira com esta bolha de habitação. Fazem com que a bolha Ocidental pareça bobagem”, acrescentou.
Há a expectativa de que a China tenha, em 2023, a 3ª menor taxa de crescimento desde a década de 1990. Atingirá 5,2%, segundo a agência de risco S&P (Standard & Poor’s).
O jornalista Houldine Nascimento viajou a convite da CNSeg