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Criticado, post “toc, toc, toc” bate recorde de alcance do governo

Publicado 29.01.2024, 21:22
Criticado, post “toc, toc, toc” bate recorde de alcance do governo

A publicação do perfil oficial do Governo do Brasil no X (ex-Twitter) nesta 2ª feira (29.jan.2024) de uma imagem de um homem batendo em uma porta com as palavras “toc, toc, toc” já alcançou o maior engajamento do ano na conta governamental. O post foi depois de divulgado que a PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).

A publicação desta 2ª (29.jan) ultrapassou 1 milhão de visualizações. Antes, só outras 3 haviam passado das 100 mil views neste ano. Em janeiro, o post mais bem-sucedido havia sido sobre o concurso unificado do governo, o “Enem dos Concursos”, em 10 de janeiro. Alcançou 321.000.

O post foi criticado pela oposição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ser interpretada como deboche ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O senador e ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro (União Brasil-PR), disse que a publicação é ilegal e que o governo confunde o “público” e o “privado”. Já a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) questionou se o governo Lula “teria alguma ingerência” sobre a operação.

SECOM DEFENDE POST

O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, saiu em defesa das publicações que foram interpretadas como deboche. Uma outra postagem compartilha pelo perfil Governo do Brasil dizia: “Grande dia”.

Sem citar expressamente o caso ou as postagens do governo, o ministro disse ser “difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar”. Comparou a questão com a oportunidade de embarcar em um assunto popular do dia.

“É como se tivesse um trem em alta velocidade passando. Se eu ficar na frente sou atropelado. Se eu embarco junto, viajo na velocidade do trem, e levo junto a minha mensagem. A mensagem principal é a dengue, o trem é a pauta do dia. É assim que funciona. O resto é especulação e tentativa de tirar o foco do que é central e relevante neste momento”, disse em sua página no X (antigo Twitter).

  • Não infringimos princípio da impessoalidade, diz ministro da Secom

As duas publicações do governo versavam sobre a divulgação de políticas públicas do Executivo federal. Na 1ª, é pedido que as pessoas deixem que agentes comunitários entrem em suas casas para acabar com focos de mosquitos que podem transmitir a dengue. “Quando os agentes comunitários de saúde baterem à sua porta, não tenha medo, apenas receba-os”, diz a postagem.

Na 2ª, o título da publicação é “grande dia”, expressão que ficou associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O texto anuncia o início do pagamento do salário mínimo com valor maior, de R$ 1.412.

Há ainda comentários que, ironicamente, advertem para que a população não “fuja de barco” com a chegada dos agentes comunitários de saúde.

OUTRAS “PROVOCAÇÕES”

Essa não é a 1ª vez que perfis oficiais do governo fazem publicações associadas a um deboche contra adversários políticos. Em maio de 2023, o mesmo perfil publicou os feitos dos primeiros 137 dias de governo usando o modelo de apresentação de Power Point montado pelo então procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR), em 2016.

Na época, Dallagnol usou a apresentação para explicar as provas que tinha contra Lula na operação Lava Jato. A publicação da Secom foi feita 1 dia depois da cassação do mandato de deputado de Dallagnol por questionamentos à ficha limpa do congressista, já que ele respondia a processos administrativos antes de sair do Ministério Público para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Outro exemplo é uma publicação da Secom (Secretaria de Comunicação Social) para alertar a população a declarar o Imposto de Renda.

O post trazia um balão de fala com a frase: “E aí, tudo joia?”. O post foi publicado durante a investigação do conjunto de joias recebidas por Bolsonaro da Arábia Saudita enquanto ele era presidente.

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